segunda-feira, 1 de junho de 2009

Em forma de postal

A caixa de correio da tesoura de atarracar foi brindada por um pequeno comunicado de um candidato a presidente da edilidade, num formato postal, onde, em meia dúzia de linhas nos é explicado de forma sucinta e clara a respectiva candidatura.

A tesoura de atarracar congratula o autor de tão iluminado texto, que com tão sábias palavras, dissipa quaisquer dúvidas que possam assombrar as mentes pexitas deste concelho, sobre os objectivos políticos deste candidato para potenciar Sesimbra no futuro e com sucesso.

A tesoura de atarracar lamenta que estes pequenos grandes comunicados traduzam os nossos políticos e partidos… Estaremos bem entregues? Iremos estar bem entregues?

Ao que parece é básico ser candidato. Qualquer cidadão pode e deve justificar uma qualquer candidatura a qualquer coisa. É tão fácil e simples!

Pexitos e pexitas comecem a escrever! Comecem a pôr no papel as vossas ideias, as vossas intenções. Escrevam o que gostam e o que não gostam. O que querem e o que não querem. Guardem. Comecem a aparecer nos sítios certos. A conhecer quem deve ser conhecido. A participar onde devem participar. Reúnam adeptos.

Com sorte, pode ser que apareça algum partido que precise de salvar uns e queimar outros e, estão lançados!

A tesoura de atarracar decide pois, apresentar a justificação da sua própria não-candidatura, tendo como base de exemplo o dito comunicado postal:

Olá, eu chamou-me Tesourinha, nasci e vivo em Sesimbra, tenho quase um ano e meio, sou “um politico disfarçado de bloguer” ou “um bloguer disfarçado de político”, ainda não casei porque não posso, não tenho filhos porque não tenho idade e por isso, não me apresento a nenhum cargo para estas autárquicas.

A equipa que me acompanharia se eu me apresentasse nesta corrida, seria com toda a certeza composta por elementos da minha confiança, com provas dadas em várias matérias, (como por exemplo na gestão, finanças, urbanismo, infraestruturas), que não precisassem de tachos ou de tachinhos mas que disponibilizassem a sua experiência, saber, empenho, vontade e dedicação, em benefício do concelho e não, em benefício dos seus próprios umbigos. E claro, os membros da minha equipa nunca seriam impostos por ninguém, muito menos por uma pessoa ou por um partido.

Por tudo isto, e porque os mais eruditos gostam, apesar de eu não fazer a menor ideia de como é que se põem em prática estas frases bonitas, largaria algumas atordoadas do tipo: fomentarei o desenvolvimento sustentável do concelho de Sesimbra, com políticas ambientais que respeitem os valores naturais e patrimoniais, e potenciem Sesimbra num turismo integrado e de qualidade, respeitando as nossas tradições, privilegiando as nossas gentes, as nossas raízes, que fomentam aquilo que somos e que queremos ser e que se traduzem na imagem de futuro que ambicionamos para Sesimbra.

No próximo acto eleitoral, eu não terei um quadradinho no boletim de voto, onde todos poderiam depositar uma cruz, porque, por todos os motivos descritos, não me apresento a nenhum cargo para estas autárquicas.

Um abraço de quem tem verdadeiramente Sesimbra no coração.
Tesourinha