segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ao largo...


Estranhamente, ainda ninguém falou sobre as últimas obras do burgo… tirando a referência “aos multibancos para anões” (calhandro de Sesimbra) e à “central eléctrica” (o outro lado do espelho), ninguém abriu a boca…

Conforme a tesoura de atarracar já referiu noutros posts, numa época em que o chamado centro histórico do burgo é revitalizado com grandes obras de conservação e recuperação e pelo que já se pode observar das obras que já se conhecem, as intervenções urbanísticas têm-se preocupado em recuperar um determinado valor patrimonial e tentam reabilitar vivências sociais e memórias culturais das respectivas áreas.

Para este caso concreto, a tesoura de atarracar começa por citar aquilo que Raul Lino dizia em 1918:

(…) Um erro que muitas vezes se incorre é o de se desprezarem condições topográficas existentes (…). Quantas vezes se vê (…) despender somas importantes em movimento inútil de terras só para poder começar a construir num chão raso, sacrificando árvores e acidentes de terreno que só por si dariam o maior encanto (…).”

Meus senhores de “renome internacional”, aquela árvore do largo, na esplanada do João, existe, há pelo menos, 90 anos! Ou melhor, existia. Porque estes senhores decidiram abatê-la e plantar uma outra, um metro mais abaixo. (para os cafés ganharem mais esplanada e a edilidade ganhar mais em taxas).

A tesoura de atarracar esclarece:
A árvore não estava doente.
Mas como quiseram aumentar as esplanadas, não souberam adequar o projecto à topografia existente nem tão pouco encontrar uma solução que permitisse manter a árvore e integrá-la na nova esplanada.
Depois, em obra, quando viram que existia uma grande diferença de cotas, que colocou as raízes da árvore à vista, abateram-na.
E para que o chão da rua que vem do grémio não caísse, construíram um muro de suporte para conter as terras…

E que muro é aquele?

Não havia outra “coisa” que se coadunasse melhor com o largo?

É que aquele muro quase que se coaduna com Marrocos. Aliás, dois dos muros quase que se coadunam com Marrocos. Só não se coadunam na sua totalidade porque terminam em topos lisos de arestas definidas.

O terceiro muro, mais pequeno e em frente aos “multibancos para anões”, quase se coaduna com Sesimbra… só lhe falta o capeamento (com 10 ou 11 centímetros) a pedra do Zambujal…

E o cantinho do mijo que este muro criou no remate com o prédio do black coffee? Para um projecto novo, esta é sem dúvida, uma “coisa” nunca vista.

Para já não falar da “central eléctrica, num lugar nobre, virada para a fortaleza e a fortaleza virada para ela. Que belo sitio. Esperemos que alguém de bom senso, decida disfarçá-la…

Porque o que não falta são “cães vadios”, foi ainda criado um segundo cantinho do mijo na escada que divide uma esplanada da outra, entalado entre o muro e a caldeira de uma nova árvore a plantar…

Então mas as intervenções não eram para melhorar o espaço público?

O que se assiste é a uma redução desse espaço público destinado a nós, peões.

O que se assiste é a uma ampliação da área destinada às esplanadas com uso privado (mais privado ainda quando os donos dos cafés colocarem cada um, um “aquário” – rede da xixa – e lhes chamarem esplanadas.

O resultado final irá ser mais uma via povoada de balizadores, que estreitam demasiadamente a faixa de rodagem e neste caso, reduzem o passeio.

Desta vez a tesoura de atarracar, atreve-se a perguntar:
Então mas a edilidade não teve ninguém a acompanhar estes projectos?
E não lhes caberia fazer com que estas “coisas” se coadunassem melhor com Sesimbra, com as suas gentes, e com as suas vivências?

Como já disseram noutros blogues, ao que parece o que se conseguiu, foi criar largos de contemplação, para que o “pessoal da terra” possa observar o “pessoal de fora” a comer … nos aquários…

A tesoura de atarracar ensina um outro conceito:
Um largo é um sítio público, por excelência, de sociabilidade. É e era, o local onde tudo podia acontecer: a fogueira nos santos populares, os bailes, o espaço de brincadeira das crianças, o espaço de jogo dos velhotes, …
Em alguns, pode existir comércio.

O conceito de largo público não pode nem deve ser subvertido para um largo destinado a esplanadas privadas. Elas existem e estão lá, mas as pessoas e as esplanadas devem e podem conviver.

Estas soluções parecem desconhecer as vivências da população. Felizmente para nós que, o Tomé, à semelhança da pizaria central, nunca montou uma esplanada em frente aos “multibancos para anões”. Porque agora, o largo seria completamente privado e também o Tomé poderia colocar o seu aquário.

A nós, restar-nos-ia uns míseros metros de passeio, (balizados para que ninguém estacione, nem para cargas nem para descargas), que sobe em calçada até ao grémio, por onde todos passamos, novos, velhos, crianças, deficientes, famílias, excursões, turistas, … apertadinhos uns contra os outros, porque o largo é de todos mas foi oferecido às esplanadas…

Claro que tudo isto cairia por terra, se as escadas entre os cafés, viessem a definir um percurso público, limitando as zonas de esplanadas…

Aguardemos pelo mobiliário urbano e pela iluminação…

E aguardemos pelo inicio das actividades económicas. Porque ninguém se pode esquecer que o UrbCom, é um Sistema de Incentivos a Projectos Financeiros, que visa modernizar as actividades empresariais através da revitalização do espaço público.

E claro que as actividades empresariais, revitalizam o espaço público com as suas esplanadas…


domingo, 26 de outubro de 2008

“Nouvelle adresse” – parte 5


“Dia nacional da adopção de crianças – pelo direito a uma família”.

A tesoura de atarracar não pode deixar passar em vão esta notícia.

Se por um lado, homens e mulheres podem adoptar crianças, por outro lado são eles e elas que as abandonam.

Se por um lado é tão difícil e burocrático adoptar uma criança, por outro lado, qualquer burgesso (a) pode ser pai ou mãe.

Se por um lado qualquer um pode ser pai ou mãe, por outro lado também são muitos destes que violam os filhos, matam-nos ou encarceram-nos em caves e subcaves.

Para já não falar naqueles que adoptam crianças e que depois nos brindam com aquelas histórias burlescas que passam nos noticiários…

Este flagelo da sociedade mundial está longe de acabar. No reino animal, o homem (excluindo-se a ele próprio) castra machos e esteriliza fêmeas para que não existam filhos “a mais” ou “indesejados”.

Já pensaram que para quase tudo o que fazemos na vida, é necessária uma licença ou autorização?

Precisamos de licença para conduzir, para casar, para construir, para baptizar, para adoptar, para viajar, para nos identificarmos, para caçar, … até para pescar à cana, à beira mar, debaixo de chuva e frio!

Porque não uma licença para ser pai ou mãe?

“Nouvelle adresse” – parte 4


“EN 377, Caixas, Aldeia do Meco e Torrões em obras – saneamento em Alfarim”.


Finalmente o concelho começa a ficar infra-estruturado.

Mas, porque aparentemente nunca foi dito, a tesoura de atarracar recomenda a todos os proprietários envolvidos e que irão beneficiar desta infraestrutura, que se dirijam aos serviços camarários e perguntem o que vai ser preciso fazer para se ligarem à rede pública e quanto é que vão pagar.

É que, ao que a tesoura de atarracar conseguiu apurar, os proprietários terão que actualizar os valores patrimoniais nas finanças (o chamado IMI), o que significa que se a casa está declarada há 20 anos e nunca foi actualizada, esse valor irá disparar para um valor muito acima daquele que está declarado.

Depois, sobre esse valor patrimonial, todos pagarão anualmente a chamada “contribuição autárquica” actualizada (que também irá disparar).

Acresce ainda, a “taxa de ligação ao esgoto” que, em situações normais, é variável entre os 500€ e os 2.500€, calculado com base no valor declarado nas finanças.

Depois, para além disso e anualmente, irão pagar a “taxa de conservação de esgoto”.

Quanto mais alto for o valor patrimonial do bem, maiores serão as taxas a pagar.

É bom que se informem, porque nos dias que correm e com a crise que anda por aí, tudo o que não queremos é “baldes de água fria”.

E de certeza que não queremos proprietários saudosistas do bendito “homem das fossas” que por tuta e meia anual, tratava do assunto…

sábado, 25 de outubro de 2008

“Nouvelle adresse” – parte 3



“Limpeza do porto de abrigo de Sesimbra – uma tonelada de lixo tirada do fundo do mar”.

Então os pescadores, as pessoas da indústria do pescado, os turistas dos barcos de recreio, … fazem do fundo do mar um caixote do lixo gigante?

E não são penalizados por isso?

Como é que é possível esta falta de civismo e respeito pelo mar?

Esta é uma notícia que não serve de cartaz político, não dá votos nem protagonismo mas que, nos deve envergonhar a todos… como outras espalhadas pelo concelho…


“Candidatura ao PROMAR – mais de 3.900 milhões de euros para a melhoria dos portos”.

A tesoura de atarracar congratula-se por existir uma solução que irá proceder ao reordenamento do porto de pesca.

Esperemos que todos possam participar e conhecer as soluções, para que depois não surjam opiniões com “coisas” que se coadunam mais e melhor com Sesimbra.

Já agora, será que parte desses milhões de euros vai ser utilizado em acções formativas de civismo e respeito pelos valores naturais, para que não se continuem a “pescar” toneladas de lixo do fundo do mar?


“Sessão de Câmara – Casal do Sapo em peso”

e na mesma página,

“Quinta do Conde – Ribeira do Marchante em discussão pública”.

Dois problemas naquelas áreas do concelho que se arrastaram durante anos e anos e que agora, chegam a resultados finais.

A autarquia recebeu rasgados elogios ao trabalho apresentado e, ao que a tesoura de atarracar apurou, os dois foram elaborados pela “prata da casa”.

Como a tesoura de atarracar já referiu em anterior post, valerá a pena a autarquia apostar em “renomes internacionais” que com certeza nos ficam, a nós, contribuintes, bastante mais caros?


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

“Nouvelle adresse” – parte 2

“Entrevista com João Capitulo”.


O turismo está mesmo na ordem do dia. Temos o Sr. João Capitulo a falar, pela primeira vez em 1976, em turismo para Sesimbra. Passados 32 anos, continua a achar “que há que pensar o turismo aliado à pesca e às nossas tradições”.

Pois é. Mas há que fazer mais do que apenas pensar. Porque pensar, todos pensamos.

Mas como é que isso se faz? Há que também, apresentar propostas.

A tesoura de atarracar não percebe (talvez por não conseguir descodificar as frases politicas bonitas que enchem as salas), depois de muitos, terem vendido os seus terrenos e as suas casas para que outros promovessem a especulação imobiliária, como é que seria possível hoje, fazer com que as habitações existentes no burgo, fossem habitadas por famílias de pescadores e/ou pessoas que trabalham nas indústrias do pescado.

Nos dias de hoje, esse cenário é impossível. Ou, a ser possível, passaria pela expropriação das casas fechadas (de férias) e, pela oferta destas às famílias de pescadores. Será que é isto?

A tesoura de atarracar explica: hoje, o que é possível fazer (à semelhança de outras autarquias deste país), é obrigar a que os edifícios devolutos, velhos e fechados, sejam recuperados e alugados (com rendas pagáveis) a jovens que queiram continuar na freguesia e dar-lhe vida.

Basta que quem decide se esqueça dos familiares, dos amigos, dos conhecidos, dos herdeiros, … e imponha essa solução.

Nas novas construções que vierem a ser feitas no burgo, a autarquia só tem que prever na Revisão do PDM que, uma percentagem dos fogos seja obrigatoriamente para arrendamento à população radicada, com rendas favoráveis à instalação de famílias.

Isto sim, não é vago nem bonito. É duro e frio mas, exequível. E aí, a freguesia de Santiago deixará, aos poucos, de sofrer da desertificação que hoje a atinge.

Sobre a construção no concelho e a revisão do PDM, é fácil mais uma vez, dizer coisas bonitas e que sabemos que todos querem ouvir.

A tesoura de atarracar, em anteriores posts, já explicou que:

Em nenhuma parte deste país, com um PDM em vigor, é possível travar um projecto ou uma urbanização que cumpra os parâmetros urbanos.

A tesoura de atarracar explica mais uma vez que:

Se alguém tem um terreno onde pode fazer 50 casas, não faz só duas. Todos sem excepção, querem fazer o máximo a que têm direito e, reivindicam sempre, por mais. Nunca por menos.

Nos dias de hoje, neste concelho e nos outros, ninguém consegue dizer não a determinado projecto, que cumpra a lei, só porque acha que o projecto possui demasiada construção.

Porque como diz o nosso Jorge Sampaio, “a lei não são meras sugestões” que cada um gere a seu belo prazer.

Também em anterior post a tesoura de atarracar já explicou que quem define o uso do solo é o governo. Não são os partidos e políticos concelhios, não são as câmaras e muito menos, os proprietários.

Se assim fosse, dificilmente existiriam áreas denominadas como REN, RAN, naturais, ecológicas, de equipamentos, de zonas verdes, etc, etc, etc.

Esperemos pela revisão do PDM e aguardemos por aquilo que os proprietários irão reivindicar para os seus terrenos: se mais possibilidade construtiva ou se menos. E aqui, a tesoura de atarracar aconselha a edilidade a tornar públicas essas pretensões.

Talvez reflictam a vontade e a consciência de muitos proprietários, e alguns com responsabilidades.

E depois, aguardaremos pela coragem política de dizer “não”, aos familiares, amigos e conhecidos que querem mais possibilidade construtiva nos seus terrenos.

Sobre a mata de Sesimbra ser “um projecto puro de especulação imobiliária”, a tesoura de atarracar pergunta:

Então mas não são todos os projectos de maior dimensão e todos os grandes loteamentos que invadem o concelho?

Ou serão apenas projectos e loteamentos que cumprem o máximo que o PDM permite?

Qualquer obra é sempre um investimento financeiro que pode correr mal. Esperemos que não seja o caso e que, o conjunto de entidades que se pronunciaram sobre a mata, não se tenham todas, enganado.

A tesoura de atarracar não acredita que o conjunto de técnicos que se pronunciaram sobre a mata de Sesimbra, nomeadamente das entidades que representam o estado (CCDR, DGOT, ICN, …) se tenham enganado quanto ao cumprimento do PDM em vigor e, das normas urbanas aplicáveis.

Mal estaria Sesimbra, o distrito e o país.

Se “fosse presidente ou vereador… não ia pôr tudo em causa” mas defende para a mata uma “coisa que se coadune com Sesimbra”.

Uma “coisa”? O que é que isto quer dizer? Será um novo projecto? Um novo plano? Um novo modelo urbanístico? Um novo conceito? Uma nova abordagem?

Mas onde anda essa “coisa” alternativa ao que nós conhecemos?

A tesoura de atarracar ensina mais uma vez, um conceito básico: não existem projectos perfeitos. Há sempre várias soluções para a mesma “coisa”. Mas quando só aparece uma solução, não podemos esperar eternamente por outra “coisa” melhor.

Para isso já tivemos aquela velhinha história popular em que dizem que o Bocage andou toda a vida com um grande pano de fazenda às costas e quando lhe perguntavam para que era aquela fazenda ele respondia: já encontrei a fazenda perfeita, agora resta-me encontrar o modelo perfeito de casaco e mandar fazer, com ela, um igual. Morreu e nunca fez o casaco.

Deixemo-nos de utopias. E como a tesoura de atarracar já referiu, todos sabemos e percebemos mais e muito melhor de urbanismo do que aqueles que têm a habilitação, capacidade e criatividade para propor. Por isso, que saiam dos armários as “coisas” que são melhores e que se coadunam com Sesimbra.

Por fim a tesoura de atarracar não percebe porque é que é mau ter de sair do burgo e vir trabalhar para a freguesia do Castelo. Ou será que Sesimbra é só o burgo? Estaremos bem entregues a um possível candidato que faz esta diferenciação elitista…

Aposto na recuperação urbana dos centros históricos (…)”.

A tesoura de atarracar também mas, desta vez, não ensina como é que é possível fazer isso, porque o post já vai longo e afinal, como alguém já disse: “a tesourinha é um bloguer disfarçado de político” e cabe aos políticos, de vez em quando, apresentarem também eles propostas. Mesmo que lhes chamem “coisa”.

“(…) mas não na criação de desertos urbanos”.

Um grande final merece sempre uma grande “coisa”.


Aguardemos…

“Nouvelle adresse” – parte 1

A tesoura de atarracar decide desta vez, abordar alguns dos temas que o NM decide considerar na sua última tiragem e que, parecem marcar de alguma maneira as lides sesimbrenses.

Comecemos…

“Encontro autárquico do PS – turismo em debate”.

Infelizmente para nós, que não soubemos da tal iniciativa, ficamos sem saber afinal quais foram as reflexões do PS sobre o “turismo sustentável, Sesimbra estratégica", que se revelou ao que parece, “num debate revestido de significativo interesse”.

Esperemos que alguém nos venha elucidar sobre o que pensará o PS sobre tal tema de sobeja importância para o concelho.

Apenas uma nota: se o encontro foi no “hotel do mar”, porquê uma fotografia do “mar da Califórnia”?


“Câmara encomenda estudo sobre estratégia de turismo”.

Parece que o PS e a edilidade estão em perfeita harmonia nas questões que escolhem para abordar.

A diferença porém, é que a edilidade aposta num estudo que esclareça e encaminhe as opções da autarquia para um tal “turismo de qualidade”.

Apesar disso, o que salta da notícia é; “a adjudicação foi entregue (…) a empresa de ex-ministro”.

Esperemos pelo prometido período de discussão pública e debate com a população.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Do mar à califórnia

Este post surge na sequência de um comentário da tesoura de atarracar no blog varam’ess’aiola, sobre “lições de arquitectura e urbanismo”.

Para que o autor do blog perceba o que a tesoura de atarracar quis dizer, nada melhor do que uns registos fotográficos de ontem e de hoje, que não cabem num comentário (ou, pelo menos, a tesoura de atarracar não sabe inserir fotografias em comentários).

Para aqueles que estão a ler este post, a tesoura de atarracar recomenda que leiam no blog: www.varamessaiola.blogspot.com, e em primeiro lugar, o post “conversa de um deputado PS com a sua consciência”, em segundo lugar o post “lições de arquitectura e urbanismo” e, em terceiro lugar, os dois primeiros comentários neste.

Depois disso, devem (se quiserem), continuar a ler este post:

Parecem desconhecer que o que divide o “hotel do mar” do “mar da califórnia” é apenas e só, o tempo em que os mesmos ocorrem. Basta constatar nas fotografias da época os dois locais onde se implementaram. E verificar o resultado nas semelhanças das fotos actuais.




À data do “hotel do mar”, não existiam SIGLAS como REN, RAN, Rede-Natura, POOC, PDM, PNA, DPH, DPM, DPE, APSS, ICN, CCDR, PROT, … e tantas outras que, conforme já prometido noutro post, a tesoura de atarracar irá oportunamente explicar, a todos, o que querem dizer e para que servem.

Felizmente para nós, o proprietário daquele terreno, à época, teve visão, oportunidade e dinheiro, para contratar o arquitecto Conceição Silva e, “dar-lhe asas” (mesmo sem red-bull), para criar o “hotel do mar” que é hoje, uma obra memorável e objecto de várias palestras, conferências, propostas,…

Felizmente também para nós que, o projecto e a obra do “hotel do mar” não ocorrem nos dias de hoje… Senão lá estaríamos agarrados às “siglas” e a “questões politico-ambientais”.

Sobre o que acontece hoje, quer no lado nascente, quer no lado poente do burgo (e também, no resto do concelho) resulta do cumprimento das “siglas” e das “questões politico-ambientais”. Ah!, e sem esquecer que grande parte destas obras, não são projectos de autor.

São de outros, de “renome internacional” que nem com red-bull lá vão.

Quando a tesoura de atarracar refere que “esperemos que você e o seu partido consigam trabalhar com os outros partidos, em benefício do concelho e não apenas numa política desconstrutiva e de oposição”, refere-se, por exemplo, ao que é dito no post abaixo e que reflecte o papel dos partidos e dos políticos:

Se estão no poder, concordam e aprovam a proposta que cumpre as “siglas” e as “questões politico-ambientais”;

Se não estão no poder, concordam com a proposta que cumpre as “siglas” e as “questões politico-ambientais” mas, votam contra.

Depois ainda há aqueles que estão contra mas que ninguém percebe porquê. E estes, são os da política desconstrutiva que em nada beneficia o nosso país e muito menos o nosso concelho.

Por isso, como jovem que é o autor do blog varam’ess’aiola, a tesoura de atarracar recomenda-lhe a si (e a todos os políticos que porventura leram este post) que, a vossa consciência prevaleça sobre aquilo que vos mandam votar.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A"tirem" a 1ª. pedra

Parece que todos e toda a gente, fala de tudo e de todos e tem sempre opinião sobre o pouco que se vai fazendo no concelho e que influencia a vida de quem nasceu, vive e vai morrer, na terra que ama.

Esses iluminados falam, escrevem, promovem debates mas, nunca apresentam soluções ou alternativas. A alternativa que todos apresentam é que, nas próximas eleições deixemos de votar no partido “A” e, passemos a votar no partido “B”, porque esse sim, é bom e resolve problemas.

Só ficamos sem perceber é que problemas vão resolver e como. Só sabemos que o partido do poder é mau e que, qualquer um dos outros é muito melhor e que, o que vai fazer, resolverá tudo.

A tesoura de atarracar volta mais uma vez a virar as atenções para questões do nosso dia-a-dia, que essas sim são fáceis de resolver. Basta que tenham coragem, que sejam práticos e objectivos.

Para além daquilo que já foi referido em anteriores posts, que raramente mereceram por parte dos comentadores qualquer tipo de observação (ou porque não sabem o que dizer, ou porque não perdem tempo com questões locais e localizadas, ou porque não percebem nada do que é escrito, ou porque as questões abordadas não dão votos, nem protagonismo, nem poder, nem tachos, nem tachinhos, …) a tesoura de atarracar decide abordar novamente um tema que não é político nem politizado mas que, pela imagem degradante que debita, nos devia envergonhar a todos.

Numa terra em que a indústria da pedra tem um papel preponderante, haverá justificação para o aspecto quinto mundista que as empresas desta matéria-prima nos presenteiam ao longo dos caminhos públicos?

E as lojas de materiais de construção? Haverá justificação para que os armazéns de material, ao ar livre, sejam à vista de todos nós, pendurados sobre as estradas do concelho?

Estes industriais que se enchem à grande, muitas vezes praticando os preços que querem, por falta de concorrência directa, não podem despender de alguma parte dos lucros anuais e efectuar melhoramentos nas instalações e respectivo espaço envolvente?

Já sabemos que “isto tá mau”. Que “isto já não é o que era”. Mas, será que as palavras arrumação e limpeza não constam no vocabulário destes industriais?

Numa pequena viagem pelo Zambujal, é só escolher:


A tesoura de atarracar atreve-se a sugerir que alguém de direito imponha regras, nomeadamente, nos portões que se abrem, nas vedações que se fazem e, especialmente, no entulho que é depositado sobre as estradas do concelho.

Se é lixo, deve ir para o lixo. Se não é lixo, deve ser arrumado.

E porque o que queremos ver é a loja, metam os armazéns nas traseiras e dignifiquem a entrada.

Numa terra de pedra, deviam os industriais primar pela qualidade do serviço. Porque afinal, é o cliente que paga.

À semelhança de lojas de materiais de construção e de pedra, noutros sítios deste país, são-nos apresentados vários modelos, em catálogo ou, em muitos casos, “construídos “ e em exposição na loja.

Em Sesimbra não.

Nós, os que não percebemos nada de horta, levamos com um construtor que fala com o homem da pedra, e mostram uns bocados daquilo que acham ser a pedra perfeita. O que está sempre em causa são números, euros. E porque não sabemos da matéria, levamos com o arranjinho de duas pessoas que se cruzam connosco num determinado momento.

Não vimos exemplos. Não percebemos a diferença de um lioz polido, amaciado ou envelhecido.

E, porque é caro, depois de estar feito, se não gostarmos, paciência… É um tiro no escuro que sai caro e por vezes, também sai mal.

Se existe tanta preocupação nos dias de hoje, com a qualidade dos serviços e a respectiva certificação, quando é que estes industriais irão entrar no século XXI?

O cliente não quer ver a desarrumação e a porcaria espalhada por todo o lado. E muito menos os que passam na rua, que não são clientes, mas têm que levar com a lixarada espalhada, por vezes à porta de suas casas.

Já pensaram em criar estacionamentos, ajardinar as zonas de entrada, plantar umas árvores, uns arbustos, construir um muro de jeito, com um portão, … Criar uma acesso vedado para a área de armazém ao ar livre, e localizá-lo numa zona que não se veja da frente de rua…

E as lojas de materiais de construção? Não precisam de expor sobre as estradas, casotas de cimento para cães ou, fossas estanques ou tijolos de betão. Toda a gente sabe que vocês vendem. Podem refundir essas tretas nas traseiras e contribuir para uma imagem urbana digna e limpa.

A nós, resta-nos atirar de vez em quando umas pedradas no charco, na esperança que se oiçam no sítio certo, e que o concelho consiga, aos poucos ganhar uma imagem apelativa e humana.

Deixem lá as obras do burgo. Deixem lá as actividades que deviam ser “patrocinadas” pela biblioteca. Deixem lá os debates sobre “estratégia e turismo”. Deixem lá a canseira da mata.

Mudem de disco. Haverá que pensar em primeiro lugar, na nossa qualidade de vida, na melhoria do espaço público e da imagem urbana do concelho, que é de todos nós.

Depois, depois pensemos nos turistas e no turismo de qualidade. E sem esquecer que estes, não dão votos, nem tachos, nem tachinhos…

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cada macaco no seu galho...


A expressão é velha e sábia. Mas, será que restam dúvidas?


Num conjunto de obras que decorreram e decorrem no espaço público do burgo, a edilidade decide contratar os serviços de arquitectos e engenheiros de “renome internacional”, para apresentarem propostas e claro, pagas (porque ninguém, muito menos Srs. Arquitectos e Srs. Engenheiros, trabalham de borla).


Daquilo que já está feito aos olhos de toda a gente, parece que os arquitectos e engenheiros de “renome internacional” inventaram muito e acertaram pouco…


A tesoura de atarracar ensina:

1º. Um dos factores determinantes para qualquer tipo de intervenção em espaços públicos, é a orientação solar.

2º. As horas de maior exposição solar, ocorrem entre as 12h e as 16h, de verão e de inverno, e consequentemente, são as horas de maior calor.

3º. As árvores, para além de poderem ser utilizadas como elemento meramente ornamental, podem e devem ter outra função, como por exemplo, o ensombramento dos espaços, a marcação de eixos importantes, a marcação de ritmos,…

4º. Os locais escolhidos pelos projectistas para colocação de bancos, devem ter em conta também, a exposição solar e o arranjo paisagístico envolvente.

5º. Para além disso, há que equacionar, se for o caso, as casas existentes e as janelas das mesmas.

6º. E porque o espaço público também é vivido à noite, factor determinante é a escolha do tipo de iluminação pública.


Passemos aos exemplos:

Bancos colocados a nascente, devem, se o objectivo é que as pessoas se sentem neles e descansem, num momento de pausa para “refrescar”, ser acompanhados por uma espécie arbórea, de copa redonda, com um diâmetro mínimo de 5m, localizada a poente. Isto é básico, claro está.

O que temos:

Bancos a nascente, com árvores também a nascente e a sul… Estes bancos nunca vão estar em sombra, no período de maior incidência solar…


Ruas estreitas, ladeadas por comércio e habitação, por si só, já provocam ensombramento no espaço público. A colocação de espécies arbóreas é meramente ornamental e poderá definir eixos ou ritmos. No entanto deverá ser de copa mais alta e pouco larga, que não provoque níveis de ensombramento elevado nas janelas das habitações, que por se localizarem em ruas estreitas, pouco ou nenhum sol recebem diariamente. Isto também é básico, claro está.

O que temos:

Árvores de copa redonda, com diâmetros de 5m, em cima de janelas, anulando a luz solar por completo…


Num espaço aberto, haverá que pensar num tipo de iluminação pública que não crie espaços sombrios. Se existe um percurso, se existem bancos, se existe um largo, a iluminação deve ser franca e atractiva.

O que temos

Meia dúzia de candeeiros que foram utilizados como se de esculturas se tratassem. A tesoura de atarracar percebe a intenção mas, por pouco ou nada iluminarem, o espaço vive da iluminação das montras do comércio e… dos projectores pendurados na fortaleza…


Porque muito já foi dito sobre os arranjos dos espaços, e porque ninguém parece conseguir explicar e/ou perceber a intenção de cada projecto, a tesoura de atarracar desconhecendo a intenção de colocar dois zimbros-gémeos encostados ao lado nascente da fortaleza, atreve-se a sugerir que alguém de bom coração, os regue. Até porque um deles se não secou, está perto disso.


E porque já se fala na intervenção que a fortaleza vai sofrer, esperemos que estes zimbros-gémeos, não tenham os dias contados… é que colocar andaimes por entre zimbros e arranjar aquela parede, não vai ser pêra doce…


Resta apenas dizer que, só em projectos dos tais arquitectos e engenheiros de “renome internacional”, parece que a edilidade terá despendido cerca de 50.000€. Até nem foi caro.


Mas, numa Câmara, (pelo que dizem, sem dinheiro) onde existem umas centenas de arquitectos, paisagistas e engenheiros que pertencem aos quadros, não teria sido mais barato, produzir os mesmos projectos com a “prata da casa”?


Afinal somos nós, contribuintes, que pagamos estas brincadeiras. E se a brincadeira pudesse ficar mais barata, nós agradecíamos…


Claro que isto é pura especulação. Afinal há que pagar serviços a arquitectos e engenheiros de “renome internacional”. Porque esses sim percebem da matéria…


Aguardemos pelas obras no Largo de Alfarim…



segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Mais uma...

A tesoura de atarracar divulga, em primeira mão, a nova escultura que irá ser colocada na nova rotunda da Corredoura, em frente à vidreira.


Depois de aceso debate de ideias, a decisão foi unanimemente tomada.


Para que fique registado para toda a eternidade, a homenagem é feita a todos aqueles que em nada contribuíram para coisa nenhuma, a não ser para o seu próprio bem-estar: