segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O povo que vota, não é tão estúpido como julgam.

Depois de mais umas eleições autárquicas e conhecidos que são os resultados das mesmas, a Tesoura de Atarracar começa por felicitar a equipa vencedora. Agora, depois desta maioria esmagadora, tal com a Tesoura de Atarracar previu, resta desejar a melhor sorte para que consigam por em prática muitas mais outras ideias em prol do concelho e da população de Sesimbra.

Aos candidatos que venceram um lugar como vereador, a Tesoura de Atarracar espera vê-los assumir as suas funções e respectivos pelouros. Esperemos que os dois candidatos eleitos, consigam também como vereadores, defender os interesses da nossa terra. Ou será que só o conseguiriam fazer se tivessem sido eleitos presidentes? Está na altura de todos vermos o que é que fala mais alto, se o interesse em participar nas medidas que influenciam as nossa vidas tendo uma postura digna e assumindo o cargo como vereador e respectivo pelouro ou, se o interesse em candidatar-se seria apenas o de ser eleito presidente, mais preocupado com o seu próprio umbigo do que com os umbigos do povo.

Aos candidatos que não venceram, a Tesoura de Atarracar espera continuar a vê-los por aí, preocupados com o nosso destino. E já agora, não sejam só do contra. Sejam do contra mas com alternativas viáveis. Deixem-se de filosofias e utopias. Apostem em alternativas exequíveis e agarradas à realidade que nos envolve e que é Sesimbra.

A Tesoura de Atarracar não pode também deixar de fazer uma referência a todos os outros, os grandes pensadores pexitos. E porque estamos na blogoesfera, haverá que referir apenas dois blogs.

Depois de um adeus em Outubro de 2008, do qual ninguém sentiu saudades, a Magra Carta voltou três dias antes das eleições. Quase um ano depois, a Magra Carta sentiu “necessidade” de falar de politiquice e de justificar em quem iria votar…

E o Picadas que não publicava nada desde Dezembro de 2008, regressou também, a quatro dias das eleições, para nos dizer em quem deveríamos votar e porquê, apelando ao “voto útil”.

Que desespero caros senhores!

Mas será que só a escassos dias das eleições, é que tão eruditas figuras da nossa praça tiveram algo a dizer? Então mas onde é que andaram durante quase um ano? Só agora é que existem temas que justificam um post? Será que Sesimbra se resume a isto? Politiquices, amériquices, e outras ices?

E será que agora, durante os próximos dias os posts se vão resumir ao lavar de roupa suja de um partido que, tal como a Tesoura de Atarracar referiu, partiu derrotado para estas eleições? Não conseguem arrumar a casa sem se acusarem uns aos outros? Haverá que dar lugar a outros. Façam uma reforma aos dinossauros socialistas. Renovem. Esqueçam os que já andam nisto há várias décadas. Esqueçam também os outros que cá chegaram de pára-quedas e que, para além de terem descoberto a Pólvora, se julgam reis e senhores do partido.

E porque a Tesoura de Atarracar não é “um politico disfarçado de bloguer ou um bloguer disfarçado de político”, aqui fica uma verdade absoluta que deveria estar presente em todos os pensadores que fazem da política profissão: O povo que vota, não é tão estúpido como julgam.

Vejamos. Nas europeias. Alguém tinha dúvidas no resultado eleitoral, depois do apoio ao actual presidente da comissão europeia, por parte de Portugal e dos restantes países europeus?

Nas legislativas. Alguém pensou que o PS para além de perder a maioria absoluta, perderia as eleições para o PSD?

Então mas pelo que dizem os pensadores políticos, não devia ter sido o PSD a ganhar face ao resultado esmagador nas europeias? Lembrem-se, o povo que vota não é tão estúpido como julgam.

Nas autárquicas. Alguém tinha dúvidas que a Câmara do Porto continuaria laranja? Alguém duvidava que a Câmara de Lisboa continuaria rosa?

E em Sesimbra? Quem é que tinha dúvidas? A única dúvida que poderia existir era sobre o que a Quinta do Conde iria decidir e para quem…

Então mas segundo o divulgado pelos eruditos pensadores políticos pexitos, não devia ter sido o PS a ganhar em Sesimbra, face ao resultado das legislativas? Lembrem-se, o povo que vota não é tão estúpido como julgam.

Não eram favas contadas. E numa terra como esta, o povo gosta de conhecer as pessoas em quem vota. Saber quem são, quem era o pai, a mãe, o tio, o avô, a mulher, os filhos,… onde é que mora, onde é que trabalha, quem são os amigos, onde é que vai almoçar, onde é que fez a primária, quem foi a professora, quando é que lhe nasceu o primeiro dente, se teve sarampo, se chorava quando levava vacinas,…

E com esta realidade local, pessoal, familiar, não há resultados europeus, ou resultados legislativos que influenciem resultados autárquicos. Muito menos em Sesimbra.

E para saber isto, basta sermos povo. Povo que vota e que não é tão estúpido como julgam…

E claro, isto não vem nos livros. Vem da experiência de vida. Deixem-se de filosofias. Aprendam com o que acabaram de assistir. Têm quatro anos para digerir. Têm quatro anos para se tentarem erguer. Não desperdicem tempo com lamúrias. É tempo de meditar e encontrar o verdadeiro “messias”.

Mas, tal como a Tesoura de Atarracar previu, com as assessorias, continuam em maioria…

Aguardemos pela tomada de posse e pelo lavar dos tachos… Até lá, aproveitem!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

AUTÁRQUICAS NA NET - parte 2

Após uma visita atenta ao site da CDU para estas eleições autárquicas, a Tesoura de Atarracar constatou que esta abordagem politica não põe causa nada nem ninguém, nem vive à custa de outros para fazer a sua própria campanha. Jogam limpo. Confiantes que fizeram um bom trabalho e que o fizeram bem.

A Tesoura de Atarracar tira o chapéu a uma campanha eleitoral que até agora, não joga com frases feitas e que, não anda a vasculhar o passado para justificar o presente. Acreditam neles e só fazem alusões aos últimos 4 anos. Não entram em comparações nem precisam de desdenhar em quem já exerceu funções autárquicas debaixo de outras cores politicas. Acreditaram num caminho, e acreditam que foi o melhor.

Mas porque nem tudo são rosas, a tesoura de atarracar fica com algumas dúvidas. Por exemplo:

No Material de Campanha, encontramos em primeiro lugar o cartaz do Presidente da Câmara? Então mas este cartaz não devia ser do candidato “a” presidente da câmara?

E o cartaz do Presidente da Junta de Freguesia do Castelo? Não deveria ser também o cartaz do candidato “a” presidente da junta de freguesia do castelo?

Sendo a Assembleia Municipal o órgão deliberativo mais importante do concelho, porque é que a candidata a presidente não teve direito a um cartaz?

E o moinho de vento com as cores do arco-íris associado ao “Sesimbra está a mexer”? Será uma estratégia política, para ganhar uma minoria da franja eleitoral pexita?

E dos 134 candidatos dos quais, 43% são mulheres, porque é que só nos dão a conhecer as caras dos candidatos a presidentes dos órgãos autárquicos e os nomes de apenas 46 candidatos?

E porque são uma das forças políticas com maior representatividade do nosso concelho, porque é que não nos mostram as caras dos candidatos à Câmara? Tipo, dos cinco primeiros nomes?

E nos links? Porque é que foram esquecidas as juntas de freguesia de Santiago e da Quinta do Conde?

Apesar desta nova imagem do site, porque é que foram retirados os nomes dos apoiantes da CDU?

Mas a dúvida maior que baralhou a Tesoura de Atarracar está no cartaz de entrada de site, identificado como o cartaz dos “cabeças-de-lista da CDU”…
Porque é que os candidatos estão todos a sorrir, virados para a direita?

Aguardemos pelo Programa Eleitoral…

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

HÁ! QUALIDADE...

A Tesoura de Atarracar por momentos, pensou tratar-se de mais um sonho… mas não. Desta vez é real. A edilidade vai receber a certificação de qualidade.

Depois de uma busca rápida no Google, a norma NP EN ISO 9001:2008 vem estabelecer requisitos que auxiliam a melhoria dos processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos munícipes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da qualidade.

E, a equipa certificadora encontrou, na edilidade, os requisitos estabelecidos por esta norma.

A Tesoura de Atarracar não resiste a utilizar mais uma vez uma frase feita e pergunta: Há coisas fantásticas, não há?

Será a partir de agora que os funcionários da autarquia deixarão de trabalhar em buracos e terão direito a lugares de trabalho arejados e iluminados, cumprindo o espaço mínimo necessário a cada um?

Será a partir de agora que nós, munícipes, eleitores, moradores, contribuintes, vamos começar a sentir o que é um serviço de qualidade?

Será que a partir de agora a câmara vai passar a ser só uma e não várias câmaras espalhadas pelo burgo, onde cada um exerce o seu pequenino poder?

Será que é a partir de agora que os pedidos de reunião efectuados à edilidade não demoram três meses a ter uma resposta?

Será a partir de agora que, quando formos às instalações da edilidade, vamos deixar de ver montanhas de papel e pastas no chão?

Será que é a partir de agora que os processos de obras são despachados dentro do prazo legal?

Será a partir de agora que o novo edifício da edilidade é, finalmente, dinamizado?

Será que é a partir de agora que o atendimento público técnico deixa de ser feito por assessores políticos?

Será a partir de agora que os funcionários da autarquia vão ter melhores condições de trabalho?

Será que é a partir de agora que os pagamentos da edilidade a prestadores de serviços não vão demorar seis meses a acontecer?

Será?

Não podemos contudo esquecer que este tipo de certificação é importante.

Mas importante é também não esquecer que só existirá um dia qualidade quando, em primeiro lugar, os funcionários da edilidade forem tratados com respeito por todos, nomeadamente através da oferta de condições de trabalho.

Nenhum gestor, ou nenhum cargo de chefia, de uma qualquer empresa, trabalha enfiado num buraco cheio de pó, papel e ácaros, rodeado por dezenas de colaboradores que se atropelam entre si com atendimentos públicos, telefonemas, conversas, discussões, reuniões, …

Se acrescentarmos a isto, a falta de luz natural, a falta de arejamento e ventilação e, uns quantos baldes debaixo das pingueiras quando chove, dificilmente alguém consegue produzir com qualidade.

A Tesoura de Atarracar tira o chapéu a todos os funcionários da autarquia que, por acreditarem no serviço público que prestam, continuam a fazer a máquina camarária funcionar. Exijam condições de trabalho! Aproveitem este acto eleitoral e pressionem! São vocês que nos resolvem os assuntos. Não são os eleitos. Os eleitos vêm cheios de ideias a pensar que descobriram ou vão descobrir a pólvora. Ao fim de quatro anos, vêm outros, que pensam o mesmo. Mas os funcionários continuam. Cada vez com mais experiência, com mais conhecimentos, com mais sabedoria. Não deixem que esta certificação seja mais uma manobra política que todos vão reclamar como sua. Não deixem que a vossa qualidade seja certificada apenas por um relógio de ponto digital. Para já não falar do famoso SIADAP…

Mas, sobre a autarquia, os funcionários, os vencimentos, o SIADAP, … a Tesoura de Atarracar já dedicou vários post’s…

Agora, a verdade é que, a certificação já cá canta!

O resto?
O resto é conversa!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

AUTÁRQUICAS NA NET - parte 1

Depois de vários pedidos enviados para a caixa de correio, a tesoura de atarracar decide iniciar um conjunto de análises aos sites criados especificamente pelos partidos políticos do concelho para as eleições autárquicas que se avizinham.

Apenas porque é o partido que lidera, neste momento, a votação desencadeada por um jornal local no seu blogue disfarçado de “site”, a tesoura de atarracar decide começar pelo lema “uma equipa, um futuro”.

Começando pela imagem/slogan:
Em 1988, Ivan Reitman, com uma equipa composta por seis homens, cada um deles com destacadas qualidades físicas e mentais, doaram os seus espermas que, combinados geneticamente e inseminados artificialmente no ovário de uma bela mulher, culminaria na criação do “homem perfeito”.

Em 2009, o PS de Sesimbra apresenta o slogan “uma equipa, um futuro” acompanhado pela imagem de uma bela mulher grávida, abraçada por um homem que, representará a equipa.

A equipa principal do PS que se apresenta nesta corrida autárquica é também ela composta por seis homens (2 à CMS, 1 à AM, 3 às JF) e uma mulher (à CMS).

Ambicionará o PS alcançar o “futuro perfeito”, simbolizando-o pela gravidez que representa uma nova vida que desencadeará um futuro que se espera, venha a ser perfeito e em equipa?

A tesoura de atarracar relembra que em 1988 o resultado de tão ambiciosa missão, culminou no nascimento de dois gémeos… defraudando a ideia cientifica inicial que criaria o tal “homem perfeito”. É claro que em 1988, os tempos eram outros e o filme que mostrou um Arnold Schwarzenegger gémeo de um Danny DeVito, transformou esta comédia num estrondoso sucesso de bilheteira.

A tesoura de atarracar pergunta: Quem é a bela mulher grávida? Quem é o homem que a abraça? Quem irão ser os gémeos destas autárquicas? Quem será o Danny? E o Arny? E quem é o realizador de tão notável campanha eleitoral?

Continuando a percorrer o “site”, vêem-se pequenas fotografias de alguns dos candidatos e, também em alguns casos, as fotografias são acompanhados por pequenos textos que, nos explica quem são, o que fazem, onde moram e por que é integram esta equipa.

Lateralmente, existe uma caixa de texto a que foi chamado “fórum”, onde, de uma forma isenta, os pexitos e pexitas e outros que não o são, contribuem com ideias para o desenvolvimento do concelho e das suas freguesias.

Depois em lugar de maior destaque, surgem duas grandes “caixas”. A primeira convida-nos a votar nas “7 maravilhas PS”. Inovador.

A tesoura de atarracar pergunta: então mas em 8 anos de gestão socialista, o PS só conseguiu enumerar 22 maravilhas das quais, apenas 7, serão eleitas? É caso para dizer que, em 8 anos, o PS de Sesimbra ofereceu-nos a nós eleitores contribuintes, 11 possíveis maravilhas por mandato. O que significa que um mandato terá apenas, três maravilhas e meia elegíveis. Será?

E das 22 candidatas, quais é que mudaram o concelho e a nossa vida? Terá sido a Colecção Livros de Sesimbra, que enriqueceu as bibliotecas dos pexitos e pexitas mais eruditos? Ou o Programa Museológico?

E daqueles que só cá passam as férias e alguns fins-de-semana durante o ano? Terá sido a criação do SIGZimbra, que o comum dos mortais não faz a menor ideia do que quer dizer nem para que é que serve? Ou a Criação e Instalação do Arquivo Municipal de Sesimbra?

Como obras elegíveis, (num total de 14), temos na Freguesia de Santiago, a Construção da Biblioteca Municipal e Cine-Teatro de Sesimbra, a ETAR – Clube Naval de Sesimbra, a Recuperação da Escola Conde Ferreira (agora Auditório Conde Ferreira), a Sede do Clube Naval (no porto de abrigo) e, a Recuperação e Musealização da Capela do Espírito Santo. Na Freguesia do Castelo temos, o Cemitério da Aiana, o Parque de merendas no cruzeiro do Castelo, a Recuperação do Castelo e, a Recuperação da Escola 1º. Ciclo Cotovia. Na Freguesia da Quinta do Conde temos, o Cemitério, a EN 10 – Nó Desnivelado, a Escola nº. 3 do conde 1, o Mercado Municipal e, o Pavilhão Gimnodesportivo.

Têm-se assim 5 obras em Santiago, 4 obras no Castelo e 5 obras na Quinta do Conde.

A tesoura de atarracar pergunta: então mas a construção da biblioteca e do cinema não decorreu naturalmente do projecto que já vinha a decorrer da anterior gestão CDU? E a aquisição do equipamento indispensável para o funcionamento da sala de cinema não foi a actual gestão CDU que o adquiriu? Todos nós nos lembramos que a obra estava concluída mas que não existia vontade politica para adquirir o equipamento necessário para a projecção de filmes… Será esta a maravilha a eleger?


E a maravilha da “ETAR – Clube Naval de Sesimbra”? É só da gestão PS? Não teve antecedentes? Nem parceiros governamentais? Nem fundos comunitários?

E a sede do clube naval? Não foi uma obra privada? Não nos digam que nós, os eleitores e contribuintes deste concelho, é que pagámos o projecto e a obra? Ou sendo uma maravilha para votar, terá sido paga pelo PS?

E a Recuperação e Musealização da Capela do Espírito Santo? E a Recuperação do Castelo? Não deixam nenhum lourozinho para as várias entidades envolvidas? Tipo IPPAR?

E o Mercado da Quinta do Conde? Então mas a obra não estava já a decorrer, há anos e anos, na anterior gestão CDU? É uma maravilha elegível porque foi inaugurado pela gestão PS?

E a EN 10 – Nó Desnivelado? Então mas esta obra não foi recentemente inaugurada? A maravilha do PS é porque fizeram o projecto? Será isso? Ou terão apenas lançado o concurso?

Restam-nos apenas 4 maravilhas. O Gabinete de Apoio ao Empresário, a Recuperação Urbanística da Lagoa de Albufeira, a resolução definitiva dos problemas de falta de água no Verão e, a Zimbramel – feira de apicultura.

O que dizer de tão elaborado rol de maravilhas?

Talvez perguntar:
Em apenas 8 anos, a gestão socialista conseguiu fazer projectos de raiz, lançar concursos públicos, adjudicar obras, recepcioná-las e pô-las em funcionamento que permitiram resolver, definitivamente, a falta de água no verão? Conseguiram esta proeza, sozinhos e apenas em oito anos? Se sim, porque não fizeram mais obras extraordinariamente rápidas e competentes que efectivamente melhorassem as nossas condições de vida no concelho?

Como é que recuperaram a Lagoa de Albufeira? Fizeram aprovar e publicar a Revisão do Plano de Urbanização? Resolveram a questão das casas em REN? Alcatroaram a Estrada dos Murtinhais? Resolveram o estacionamento caótico de verão? Acabaram com as favelas que cresceram a olhos vistos, lá para os lados da ribeira da Aiana? E as obras? não foram todas pagas e feitas pelos clandestinos? E, segundo a tesoura de atarracar apurou, não foram também os clandestinos da lagoa que pagaram o depósito de água de Alfarim? É esta a recuperação urbanística a que o PS se refere?

A tesoura de atarracar depois destas 22 maravilhas enumeradas, tem alguma dificuldade em votar… Talvez vote na Zimbramel e no Gabinete de Apoio ao Empresário… Uma porque valorizou a produção de mel do concelho associando-lhe a doçaria regional, promovendo esta riqueza concelhia e dando-a a conhecer a toda a gente. Outra porque tapou uma lacuna que existia no acompanhamento aos jovens empreendedores, tornando o acesso à informação e aos programas de incentivo empreendedor, acessíveis a todos.

Depois desta “caixa”, aparece outra, que nos convida a votar nos “7 tesourinhos deprimentes da CDU”. Novamente, inovador.

O PS consegue então enumerar 12 tesourinhos, dos quais deveremos votar em sete. Quer isto dizer que a gestão CDU terá, por ano de mandato, 1,75 tesourinhos deprimentes eleitos. Não é mau! Significa que o PS reconhece que a gestão CDU até foi positiva? Ou será que o PS de Sesimbra demonstra aqui algum cuidado, porque afinal, há que manter as assessorias vitalícias se a CDU vier a vencer o acto eleitoral?

A tesoura de atarracar tira o chapéu à mente deprimente do PS que se lembrou de fazer este compêndio de tesourinhos e pergunta:
Será que o PS de Sesimbra não sabe que os cravos são mais velhos do que o Josélito e a Marisol? E se não gostam dos cravos, porque é que não os tiraram dali, enquanto estiveram no poleiro durante 8 anos?

Será que o PS se esqueceu que a história da Fortaleza é mais velha do que as obras de santa engrácia? Ou será que o PS, que nada fez em dois mandatos, pensou que a CDU teria um poder ultra-governamental e que expulsaria de vez, as instalações da guarda daquele espaço?

Então e a Casa do Infantado na Lagoa de Albufeira não está integrada numa das 22 maravilhas do PS, intitulada “Recuperação Urbanística da Lagoa de Albufeira”? Ou esta “casa” só apareceu na lagoa agora? Ao que parece, é a única que não é clandestina e é propriedade do estado português. E o governo português, não tem sido de gestão PS? Será que o PS de Sesimbra anda baralhado? Será que os camaradas não falam uns com os outros? Ou será que o PS de Sesimbra acreditou que a CDU conseguia “falar melhor” com o governo PS?

A tesoura de atarracar concorda que existe efectivamente um excesso de pinos espalhados por Sesimbra. Existem outras soluções no mercado que permitem separar a faixa de rodagem dos passeios, evitando-se ao mesmo tempo, o estacionamento abusivo por parte da grande maioria dos condutores com falta de civismo e de respeito pelos peões. Desta vez a tesoura de atarracar não apresenta nenhuma solução alternativa, nem explica como é que se faz, nem ensina aos sabichões desta terra como poderiam e deveriam ter feito. Apenas pergunta: a gestão de 8 anos PS resolveu alguma questão relacionada com esta matéria?

Então mas não foi a gestão socialista que nos ofereceu uma sala de espectáculos fechada, porque, por falta de vontade politica, não foram adquiridos o conjunto de equipamentos necessários? Teve então o PS uma “política cultural”? Claro que sim! Exemplo disso foi a Colecção Livros de Sesimbra, enumerada no rol das 22 maravilhas!

Então e as Fontainhas? Não foram objecto de delimitações, em conjunto com o Casal do Sapo e as Courelas da Brava daquelas coisas magníficas que se chamam AUGI? E não foi a gestão PS que as delimitou? E se dizem que recuperaram urbanisticamente os clandestinos da Lagoa de Albufeira, (também eles AUGI), porque é que não o fizeram também nas Fontainhas? E no Casal do Sapo? E nas Courelas da Brava? Para já não falar do Pinhal do General… Ou será que para estas zonas, faltou uma assessoria de um morador?

A tesoura de atarracar desconhece que tenha sido com o nosso dinheirinho que o Raio de Luz construiu as novas instalações. Se assim foi, e sendo o PS o partido que tem também, 3 vereadores a desempenhar funções na actual gestão CDU, porque é que não tiveram coragem de tornar pública tal decisão? Porque é que assistiram impávidos e serenos? Porque é que só agora falam nela?

Efectivamente a nova Santa Joana levanta algumas questões prementes. Para este e outros “mamarrachos” a tesoura de atarracar dedicará um novo post. Apenas de perguntar: Com tanto assessor socialista, ninguém alertou? Ninguém viu? E aquilo não teve nenhuma deliberação camarária? Não receberam dinheiro da autarquia? Os chamados “subsídios eventuais”? Ou é como o velho ditado, depois da casa arrombada, trancas à porta?

Restam 4 tesourinhos: o Museu subaquático, a Marginal de Sesimbra decorada com os pendões da festa do avante, o Orçamento participativo e, o tratamento desigual das freguesias.

A tesoura de atarracar não percebe o alcance de nomear como tesourinho uma coisa que acabou antes de começar. Não havia mais nada?

Efectivamente que numa zona nobre do burgo aparecerem pendões da festa do avante, é quase tão mau como em frente de monumentos aparecerem painéis de campanha eleitoral. A Câmara deveria impor regras de ocupação do espaço público mas, numa altura como esta, a tesoura de atarracar não vai dar ideias nem soluções.

As pessoas gostam de pensar que têm um papel activo nas decisões. Que as suas palavras e posições influenciam as decisões dos políticos. Este é um mal geral da população mundial e que, os poderes políticos sabem usar muito bem. Sesimbra não é excepção. E não é agora o PS de Sesimbra que usa a mesma técnica num “fórum” de ideias, onde fazem crer aos mais distraídos que as suas sugestões se traduzirão em propostas eleitorais da equipa socialista?

Tratamento desigual das freguesias sempre existiu e sempre vais existir. Aguardemos pelo crescimento da população e a sua distribuição pelo concelho, e veremos se todos os partidos políticos não vão a correr prestar vassalagem à massa de população que decide actos eleitorais, nomeadamente os autárquicos. E não é também essa a estratégia do PS? Não é da Quinta do Conde que vem o cabeça de lista?

Este magnifico site do PS, ainda nos brinda com um espaço reservado a “notícias”…

A tesoura de atarracar termina este extenso post com algumas dúvidas:

Então e a Mata de Sesimbra? É uma maravilha? Ou será um tesourinho? E de quem?
Será que este “esquecimento” se deve ao facto de em Fevereiro de 2008 os dois actuais candidatos socialistas à CMS, (à data um era o líder da bancada socialista, o outro era presidente da junta de santiago) terem abandonado a sala da assembleia municipal?

Apresenta este site desta equipa alguma ideia? Alguma estratégia? Alguma proposta? Alguma razão que nos leve a votar neles?

É que se este PS de Sesimbra se resume a um conjunto de maravilhas e tesourinhos, seria mais fácil, mais barato e mais eficaz, criarem um blogue onde podiam dizer nada e depositar diariamente comentários de familiares, amigos, camaradas, …

Que riqueza de alternativa politica que este PS nos dá.
É pena

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A VERDADE DA MENTIRA OU, A MENTIRA DA VERDADE?

In: “Setúbal na Rede

Titulo:
“Francisco Luís acusa Sesimbra de atingir limite de endividamento.”

Inicio do texto:
“O candidato da CDU a Sesimbra, Francisco Luís, (…)”

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

No reino da fantasia...

No dia 11 de Outubro de 2009, todos os telejornais nacionais da noite abrem com uma notícia de Sesimbra: “Avizinha-se resultado histórico nas autárquicas do concelho de Sesimbra”.

Na RTP 1, o pivot de serviço referia que “pela primeira vez, um movimento cívico popular, criado especificamente para este acto eleitoral, elege o seu cabeça de lista.

Vamos já entrar em directo…”

Num zaping pelos restantes canais nacionais, a imagem é igual: um grande aparato televisivo, invadiu a Quinta do Conde e, na cave da Junta de Freguesia, o candidato eleito, em grande euforia, faz o seu discurso:

“Quem é que tinha razão? Quiseram linchar-me mas lincharam-se! Somos uma família! Viva os pioneiros!” “Viva”.

O jornalista da TVI pergunta, “o que quer dizer com isso?”

Meio zangado, meio eufórico o candidato eleito lá vai explicando:

“Tomaram o meu partido do coração de assalto. Depois correram comigo. Tiraram-me das listas. Mas eu, que sou eu é que sei, sou eu que conheço esta freguesia, decidi concorrer sem o partido e mostrar àqueles gajos que não preciso deles pra nada. Tá a perceber? Eu sou e serei sempre socialista, mas com aqueles gajos é que não! Porque aqui, somos uma família! Uma família! Viva os pioneiros!”

Pelo meio, abraços e beijos eufóricos da população quinta-condense aglutinaram o candidato eleito, que caído no chão, abraçado a muitos camaradas que sobre ele caíram, continuava a gritar, de punho no ar: “viva os pioneiros”, viva eu”, “viva nós”, “viva todos”, “viva à quinta do conde”, “viva…”

No burgo começavam a ouvir-se festejos. Da janela vêm-se pessoas com bandeiras vermelhas no ar. Há foguetes e fogo de artifício.

Alguém que passa na rua grita: “foram cinco! Nem no tempo do zequiel! Foram cinco!”

Passa a correr alguém com uma bandeira laranja, atrás dos festejos vermelhos. “é pá, metemos um! Um é nosso!”

Voltando ao que se passa nas televisões, os jornalistas lá vão dizendo que a "maioria absoluta foi esmagadora” e que, se “assiste a uma derrota histórica do partido socialista que, pela primeira vez na história do concelho de Sesimbra, não consegue eleger um único candidato”.

Entram em directo para a conferência de imprensa convocada pelo partido socialista:

“Olá boa noite, eu, enquanto representante desta equipa que se candidatou a estas eleições autárquicas, venho desta forma transmitir a todos, aquilo que neste momento é o sentimento do partido e desta equipa que me acompanhou. Para isso, e porque somos e seremos sempre uma equipa, vou passar a ler o pequeno texto que em conjunto, redigimos:

Eu, sendo o cabeça de lista nesta corrida autárquica, assumo a derrota do partido. Se existe algum culpado, sou eu.”

O candidato não eleito pára de ler. Faz-se silêncio. Amarrota o pequeno papel e levanta os olhos em direcção à primeira fila de cadeiras onde está sentada toda a equipa e pergunta: “Mas desde quando é que o culpado sou eu? Hã? Se há aqui algum culpado, esse culpado não sou eu!”

Posto isto, dirige-se à primeira fila de cadeiras a esbracejar e a gritar “o culpado não sou eu, ouviste?, o culpado não sou eu!” Pessoas levantam-se das cadeiras. Há gritos de “calma, calma!”, empurrões, muletas no ar, palavrões, braços a esbracejar e, a televisão sai do directo…



Desta vez, o despertador marcava 10 horas da manhã… e as férias ainda duram…


segunda-feira, 1 de junho de 2009

Em forma de postal

A caixa de correio da tesoura de atarracar foi brindada por um pequeno comunicado de um candidato a presidente da edilidade, num formato postal, onde, em meia dúzia de linhas nos é explicado de forma sucinta e clara a respectiva candidatura.

A tesoura de atarracar congratula o autor de tão iluminado texto, que com tão sábias palavras, dissipa quaisquer dúvidas que possam assombrar as mentes pexitas deste concelho, sobre os objectivos políticos deste candidato para potenciar Sesimbra no futuro e com sucesso.

A tesoura de atarracar lamenta que estes pequenos grandes comunicados traduzam os nossos políticos e partidos… Estaremos bem entregues? Iremos estar bem entregues?

Ao que parece é básico ser candidato. Qualquer cidadão pode e deve justificar uma qualquer candidatura a qualquer coisa. É tão fácil e simples!

Pexitos e pexitas comecem a escrever! Comecem a pôr no papel as vossas ideias, as vossas intenções. Escrevam o que gostam e o que não gostam. O que querem e o que não querem. Guardem. Comecem a aparecer nos sítios certos. A conhecer quem deve ser conhecido. A participar onde devem participar. Reúnam adeptos.

Com sorte, pode ser que apareça algum partido que precise de salvar uns e queimar outros e, estão lançados!

A tesoura de atarracar decide pois, apresentar a justificação da sua própria não-candidatura, tendo como base de exemplo o dito comunicado postal:

Olá, eu chamou-me Tesourinha, nasci e vivo em Sesimbra, tenho quase um ano e meio, sou “um politico disfarçado de bloguer” ou “um bloguer disfarçado de político”, ainda não casei porque não posso, não tenho filhos porque não tenho idade e por isso, não me apresento a nenhum cargo para estas autárquicas.

A equipa que me acompanharia se eu me apresentasse nesta corrida, seria com toda a certeza composta por elementos da minha confiança, com provas dadas em várias matérias, (como por exemplo na gestão, finanças, urbanismo, infraestruturas), que não precisassem de tachos ou de tachinhos mas que disponibilizassem a sua experiência, saber, empenho, vontade e dedicação, em benefício do concelho e não, em benefício dos seus próprios umbigos. E claro, os membros da minha equipa nunca seriam impostos por ninguém, muito menos por uma pessoa ou por um partido.

Por tudo isto, e porque os mais eruditos gostam, apesar de eu não fazer a menor ideia de como é que se põem em prática estas frases bonitas, largaria algumas atordoadas do tipo: fomentarei o desenvolvimento sustentável do concelho de Sesimbra, com políticas ambientais que respeitem os valores naturais e patrimoniais, e potenciem Sesimbra num turismo integrado e de qualidade, respeitando as nossas tradições, privilegiando as nossas gentes, as nossas raízes, que fomentam aquilo que somos e que queremos ser e que se traduzem na imagem de futuro que ambicionamos para Sesimbra.

No próximo acto eleitoral, eu não terei um quadradinho no boletim de voto, onde todos poderiam depositar uma cruz, porque, por todos os motivos descritos, não me apresento a nenhum cargo para estas autárquicas.

Um abraço de quem tem verdadeiramente Sesimbra no coração.
Tesourinha

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Querido mudei o Largo


A pretexto das obras no Posto de Turismo, decidiram mudar a cor do Largo.


Ao que a tesoura de atarracar apurou, a edilidade apostou mais uma vez na "prata da casa" para lhe dar uma nova imagem, renegando para segundo plano os tais "renomes internacionais".


A "prata da casa" surpreendeu pela não utilização da famosa pedra do Zambujal e pela não utilização da cor branca, que caracterizam a grande maioria das obras desenvolvidas pela edilidade no nosso concelho.


Desta vez, apostam na utilização de um "azul marinha" que, para o cidadão comum provoca um efeito "piscina de transbordo", quando sentado nas esplanadas dos restaurantes.


Agora sim, o Largo faz juz ao nome.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A sonhar...



A tesoura de atarracar, por artes mágicas, conseguiu entrar nos núcleos duros dos partidos candidatos, onde os estrategas debatem questões de fundo que os assolam neste momento.


Ali para os lados do Largo 2 de Abril, três estrategas dialogam:


- É pá, já viste os outros candidatos?
- ‘Tá ganho! ‘Tá ganho!
- Eu acho isto muito esquisito… o que é que andarão a tramar?
- Tens razão… darem-nos a vitória, de mão beijada, sem darem luta… é realmente estranho…
- Ó pá eles estão todos perdidos! Com o trabalho que está feito, não têm hipóteses!
- E em 2013? Eu cá acho que ‘tão a tramar qualquer coisa para nos lixarem em 2013…
- Estes 4 anos ainda vão ser melhores pá! 2013 vai ‘tar ganho!
- Não sei. Não sei. Tens a revisão do PDM que pode ser polémica…
- Pois é… isso pode lixar o partido e a nossa imagem…
- Os gajos são é muita espertos! Lançaram a isca e nós mordemos!
- Temos que pensar no futuro. Pensar numa estratégia…
- Ó camarada, podemos sempre atrasar o PDM mais 4 anos! E a Mata também!


Deste ambiente titubeante, a tesoura de atarracar rumou até Santana…


- Já viram o que dizem do nosso candidato?
- É pá não faz mal. Vamos aproveitar o que outros já fizeram com sucesso. Isto ‘tá tudo nos livros! Guardamos o líder ganhador, protegemos a sua equipa, e lançamos outro gajo prá fogueira, com outra equipa. Em 2013 ganhamos com maioria absoluta!
- Nos livros? Mas quais outros?
- Ó camarada, então em 95! O PSD lançou o Nogueira e protegeu o Cavaco. O Nogueira ninguém sabe dele e, o Cavaco, é o presidente da república! Tem prestigio e é respeitado pelo povo!
- É pá, tu tens a certeza que ‘tás no partido certo?
- O camarada tem razão! 95 é uma lição para todos mas, não podemos pensar que o nosso líder ganhador vai ficar á espera tanto tempo…
- O tempo é pouco. São só estes quatro anos, porque os gajos vão-se entalar todos com a revisão do PDM! Para já não falar da Mata!
- Mas podemos deixar de ser a segunda força política do concelho…
- É pá podes perder as eleições mas com os assessores socialistas que vão estar na autarquia, continuamos em maioria absoluta!
- E se as coisas correrem pior do que estamos à espera, podemos sempre coligarmo-nos com o movimento…
- Mas aí vais ter que ceder pá! Vais ter que fazer o que o gajo quiser!
- É pá se isso nos garantir maior representatividade, dizemos que sim!
- E depois de lá estarmos, revêem-se os critérios da coligação…



Com este jogo coligativo e esta maioria assessorial, a tesoura de atarracar foi ver o que se delineava ali por cima do fradique…


- Não temos que nos preocupar. Com os nossos militantes e simpatizantes, que nos são fieis, já estamos lá dentro.
- Então e mais um?
- É pá, com o desaire socialista, se calhar, com pouco esforço, passamos a ser a segunda força do concelho, e metemos mais um.
- Temos é que ver como é que vai ser isso de ter mais um… porque os tempos inteiros com os períodos de caça… e pesca… não sei…
- É pá isso resolve-se. Conseguirmos mais um era muito bom!
- Temos é que usar a Mata e o facto deles não terem participado na aprovação, numa atitude quase pônciosa.
- Pois, descartaram-se de qualquer responsabilidade. Foram foi espertos!
- Se correr mal, vão gritar “nós é que tínhamos razão”!
- Se correr bem, dirão “o nosso voto não era importante porque a Mata era aprovada na mesma mas, todos sabem que o processo foi liderado por nós”!
- Que grandes sacanas pá!



A coisa era mais profunda, ali no topo da rua do saco…


- Então quem é que vai ser o nosso candidato?
- Não sei. Tem que ser alguém diferente mas comum.
- Um gajo novo?
- Um gay?
- Boa! E que queira casar!
- Não não. Um gajo mais velho, mais do povo…
- Achas?
- E se fosse uma mulher?
- Uma mulher?
- Sim. Aquela tua amiga…?
- Não não. Uma mulher parece-me bem apostado, mas essa gaja não.
- Sesimbra precisa de mudança, de alguém que fale outra língua, que se preocupe com outras coisas.
- Ok, ok.
- E se fosse uma mulher negra?
- E com conhecimentos sobre o consumo de drogas leves?
- E sindicalista?
- E ambientalista?
- Mas quem?
- A candidata ideal não existe. Nem para nós, nem para os nossos camaradas nacionais…
- É pá temos que tentar!
- E até lá?
- Temos tempo. Até Outubro temos tempo.
- E o que é que dizemos?
- Nada. Mantemos o silêncio.



Algures numa casa construída “à margem da lei”, os pioneiros discutem:


- Mas quem é que manda? Quem é que manda aqui? Já chega de palhaçada. Agora vai ser tudo feito. Tudo o que não me deixaram fazer, vai ser feito agora!


… palmas, palmas, palmas, palmas, palmas, …


- A primeira coisa a mudar é a sede de concelho! Porque a vila do concelho é esta! Onde é que há pessoas? Onde é que é o maior número de habitantes? Onde é que este concelho cresceu e se desenvolveu? A sede do concelho vai ser aqui. Num prédio da Av. Principal!


… palmas, palmas, palmas, palmas, palmas, …


- E o hospital? O hospital vem mas é prá qui!


… palmas, palmas, palmas, palmas, palmas, …


- É tudo para Sesimbra? E aquela marginal? O que é que interessa aquilo? Quem é de que nós já lá foi? Ninguém! Ninguém! A marginal do concelho vai ser aqui, ao longo da ribeira de Coina, com qualidade e classe!


… palmas, palmas, palmas, palmas, palmas, …


- E o Meco? Obras no Meco? E o que é que interessa o Meco? Quem é que lá mora? Aqui é que tem de se fazer as obras. Aqui onde vivem pessoas! Onde vivemos nós! Viva os pioneiros!


- VIVA!


- Viva os pioneiros!


- VIVA!


… palmas, palmas, palmas, palmas, palmas, …


- E os traidores que nem pensem em coligações! Porque nós sozinhos, com todos os votos dos pioneiros, ganhamos a Câmara! Porque as outras freguesias vão distribuir os votos pelos outros. Nessas, nós não ganhamos nada. Mas aqui, nós todos, os nossos votos todos, somos muitos mais!


… palmas, palmas, palmas, palmas, palmas, …

(alguns aplaudem de pé)
… palmas, palmas, palmas, palmas, palmas, …



Fez-se silêncio. Ao longe começou-se a ouvir um som agudo contínuo… O relógio marcava seis e meia da manhã…





segunda-feira, 13 de abril de 2009

Vamos ao Circo!



Levantado que está o véu sobre os novos candidatos ao poder autárquico, a tesoura de atarracar decide iniciar um conjunto de posts sobre as diferentes candidaturas.



Começando pelo panorama de candidatos já apresentados para encabeçar as listas que darão acesso a um lugar de vereador e, a apenas um dos propostos, ao lugar de presidente, têm-se:



CDU

Sem novidades. A CDU parece acreditar na velha máxima de que “em equipa vencedora não se mexe”. Estranho seria não ser este o candidato.



PS

Onde estão os “pesos pesados”? Parece que o PS parte para o jogo derrotado, numa estratégia de deixar jogar quem nunca jogou e que, noutro cenário, nunca jogaria. O candidato, conhecido para alguns, desconhecido para a maioria, carrega o fardo de um hipotético “testa de ferro” que o PS parece precisar para que outros ilustres (socialistas) se mantenham à tona de água. Sem queimarem a imagem do (como alguém já disse) “messias do concelho que virá salvar os destinos de Sesimbra”…



PSD

O que dizer? O PSD parece apostar na continuidade. Apresenta um candidato que nada terá de provar, bastando-lhe aparecer e fazer o que têm feito durante os últimos anos…



BE

Onde anda? Existirão ao que parece, algumas dúvidas no BE sobre quem será o candidato… É que quando a fasquia fica alta e se transforma um partido num conjunto de teorias, filosofias e utopias que resultam teoricamente, é difícil apresentar um candidato que as ponha em prática.



MCPS

O que dizer de um movimento cívico popular, que se candidata com o dinamizador do mesmo? Parece que o MCPS acredita na vitória ou, num lugar de vereador, uma vez que os militantes e simpatizantes socialistas irão ficar divididos… e já se sabe que a Quinta do Conde pode resolver os resultados eleitorais…




Com esta panóplia de nomes, caberá ao cidadão comum eleitor deste concelho, decidir quem ocupará o lugar maior e quem, irá compor o resto da sala.




Darão os pexitos e pexitas mais 4 anos a um regime comunista? Acreditarão num candidato pexito, que toma decisões e apresenta propostas, para que todos os outros, que nada propõem, possam discutir e apresentar alternativas que acreditam ser sempre melhores?




Darão os pexitos e pexitas 4 anos a um regime socialista que abandonou a assembleia municipal, negando-se a participar na discussão e a votar um dos documentos mais importantes do concelho? Acreditarão num candidato “metido a martelo”, que abandona salas onde se discutem temas importantes, qual “pau mandado”?




Darão os pexitos e pexitas 4 anos a um regime social-democrata, colado aos comunistas? Acreditarão num candidato que nem precisa de abrir a boca para dizer coisa nenhuma?




Darão os pexitos e pexitas 4 anos a um regime de esquerda que não é comunista nem socialista? Acreditarão num candidato (até agora) invisível, que venha a delinear uma estratégia política e a pôr em prática as teorias que irão tirar Sesimbra do buraco e pô-la no topo do mundo?




Darão os pexitos e pexitas 4 anos a um movimento que terá como base ideológica o regime socialista? Acreditarão num candidato com garra, que grita por um objectivo que poucos entendem, de punho fechado no ar, como verdadeiro pioneiro quinta-condense?




Resta-nos aguardar pela votação do povo eleitor do concelho, no momento certo.


Agora, é arranjar o melhor lugar porque o circo vai começar.


Cabe-nos a nós, cidadãos comuns eleitores do concelho, distingui-los uns dos outros e metê-los nos números certos.


Porque o rei da selva não faz trapezismo. Assim como o palhaço não faz ilusionismo… Sabendo-se também que, no circo, não existem números de homens invisíveis…





terça-feira, 31 de março de 2009

Excepção à regra...


A tesoura de atarracar tem tido como hábito analisar, ler, comentar, os vários regulamentos que a edilidade tem aprovado nos últimos tempos, tendo como objectivo trazer para o domínio público do cidadão comum documentos que, por norma, apenas são discutidos e analisados nas esferas político/partidárias.

Na habitual visita à página oficial da edilidade, a tesoura de atarracar tomou conhecimento que a Câmara (e segundo apurou, também a Assembleia Municipal), já aprovaram um novo regulamento para o concelho, ou melhor, para os clandestinos, que se chama “Regulamento de Manutenção de Construções”.

Mas então este novo regulamento não tem, como todos os outros, um período de discussão pública? Onde o cidadão comum pode participar, opinar, propor, perguntar, …?

Qual é a pressa? Ou melhor, a pressão? Será comunista? Ou será antes, socialista? Ou tratar-se-á da pressão de uma coligação socialista/comunista?

Vem este regulamento resolver algum problema aos naturais do concelho? Não. Porque os naturais do concelho não são clandestinos, não compraram avos, nem construíram ilegalmente à espera de regalias fiscais e sociais.

Vem este regulamento resolver algum problema aos eleitores do concelho? Não. A grande maioria dos clandestinos é eleitora noutros concelhos. Os poucos clandestinos eleitores não influenciam os destinos políticos/partidários dos candidatos, assessores, tachos e tachinhos.

Então? A pressão será dos amigos? Ou será de familiares? Ou será de outros com algum interesse na matéria?

Pelo que é publicado na página oficial da edilidade, parece que vai ser possível "assegurar a manutenção de habitações construídas à margem da lei".

Então não deveria o regulamento chamar-se: “Regulamento para confirmar a velha máxima «o crime compensa» ”?

Ou seja, um clandestino compra uns avozitos por tuta e meia. Constrói ilegalmente, a seu belo prazer, sem dar cavaco a ninguém, sem cumprir coisa nenhuma e sem pagar impostos sobre nada.

Passados alguns anos, a edilidade arranja um “regime de excepção” para manter estas casas que nada respeitaram e que ainda não respeitam.

O clandestino, coitadinho, que apostou no cavalo certo, consegue agora vender os seus avozitos e até, apresentar uma licença de utilização na escritura, de uma habitação construída à margem da lei. O investimento tardou mas, arrecadou. O que valia 3.000€, agora vale 150.000€. Sem caroço. E porque, coitadinho, é clandestino, ainda beneficiou das excepções do regulamento de taxas e licenças…

Apesar disto, e porque cada caso é um caso, existirão clandestinos no concelho que não apostaram em cavalo nenhum e, o que têm é o que se vê.

A tesoura de atarracar espera que este regulamento tenha uma forma de garantir um tratamento justo e equilibrado, que saiba distinguir o trigo do joio e que sejam, efectivamente e, apenas e só, "os moradores" (entenda-se contribuintes e eleitores do concelho) "desprovidos de recursos" (que podem ser comprovados através da declaração de IRS ou, do vencimento mensal ou pensão) "e impossibilitados de recorrer ao crédito" (por idade avançada, ou por rendimentos baixos que não suportam uma prestação), a beneficiar deste novo “regime de excepção”.

Esperemos pois que, apesar de ser um “regime de excepção”, este novo regulamento imponha algumas regras, que se traduzam em excepção às regras do regime de excepção…

A tesoura de atarracar desconhece o teor deste novo regulamento e anseia que o mesmo seja tornado público, para que se dissipem todas as dúvidas que neste momento a invadem.

Aos naturais da terra, que só querem construir a sua casinha, já sabem: não há excepção à regra nem regimes excepcionais…

Talvez o novo regulamento nos brinde com algumas frases deliciosas e valiosíssimas do tipo:

“São direitos do clandestino, que não é natural, nem morador, nem trabalhador, nem eleitor deste concelho, ser tratado num regime de excepção, com respeito e urbanidade pelos partidos, políticos, assessores, tachos e tachinhos do município.”


domingo, 29 de março de 2009

Ao lado do Conceição


Tem sido bonito de ver, o burgo voltar a ter fins-de-semana soalheiros, com restaurantes cheios e gentes a magote, que passeiam, avenida abaixo, avenida acima, desfilando orgulhosamente pela nova marginal nascente, e pela velha marginal poente.

Porque a época não está para gastos, muitos visitam o burgo apenas para se passearem na enorme passerelle, marginal ao mar.

É vê-los, “os de fora” mais encalorados, em calções e t-shirts, desejosos de entrar na água demasiadamente fria.

“Os da terra” trazem as mulheres para este “passeio dos tristes”. Eles vestem uma roupinha de fim-de-semana de marca e uns sapatinhos bem engraxados. Elas aproveitam a deixa e arranjam os cabelos, maquilham-se, vestem um vestido provocador, uns belos sapatos altos e estão prontas.

Depois, de mãos dadas como se estivessem perdidamente apaixonados e, sem trocarem uma palavra, caminham desde a Califórnia ao Monumento aos Pescadores.

Atravessam a Rua de Fortaleza, cheia de carros, e que ninguém percebe porque é que não aproveitaram as obras e transformaram aquela via num percurso pedonal e, chegam ao velhinho Largo da Marinha e ao inicio da outra marginal…

Já cansados, acabam por se sentar no velho muro da praia, de costas para o mar… a ver quem passa. Sim, porque a coisa está preta e olhar para as coisas, ainda é de borla…

Também a tesoura de atarracar, e talvez há falta de melhor, tem feito o “passeio dos tristes”… observando os lindos prédios que marginam a marginal, na sua linda cor-castanha-de-caca, desde o X-UP até ao Hotel do Mar…

Porque a idade já vai pesando, também a tesoura de atarracar se senta no muro, de costas para o mar… a ver mais uma grande obra que vai crescendo entalada entre o Hotel e o Bar Inglês…

A tesoura de atarracar anseia por ver o novo prédio a crescer e a tomar forma… e a dignificar aquele remate entre um prédio velho e uma obra de arquitectura exemplar…

Mas porque conforme já foi referido noutros post’s da tesoura de atarracar, todos sabemos e percebemos mais e muito melhor de urbanismo do que aqueles que têm a habilitação, capacidade e criatividade para propor, esperemos que depois de estar construído não apareçam vozes contra, providências cautelares, queixas à Judite, and so on, and so on, and so on…

Para já não falar que a culpa será sempre da autarquia, por aprovar um projecto com base no PDM e não, uma “coisa” que se coadunasse melhor com Sesimbra.

Aguardemos…

sábado, 21 de fevereiro de 2009

3 dias de folia


Com o país em recessão, com a gasolina que não desce como gostaríamos, com o aumento do pão, do gás, da luz, da água, com as taxas de esgoto, com as “facadas de verão”, com a falta de estacionamento, com as obras do burgo, com a chuva o vento e o frio que não nos deixa pescar, com os comerciantes sempre a dizer que “isto tá mau”, com as casas que não se vendem, com o Mantorras que não joga, com a luta de tachos e tachinhos, com a pré-pré campanha eleitoral, com as cunhas, com os subsídios, com a má criação das pessoas, com a falta de respeito pelos outros, com o constante apertar de cinto, com as noticias de desgraças que acontecem pelo mundo e que nos invadem a casa à hora da refeição, com a visita do presidente da república à Quinta do Conde – sem passar pelo burgo, com o Benfica que não é campeão, … está aí o Carnaval!

Deixem de ser má línguas. Deixem de dizer mal só por dizer.

Deixem-nos a nós, mulheres, sair à rua quase nuas para desfilarmos orgulhosamente e mostrarmos as nossas banhas, estrias e varizes.

Deixem-nos a nós, homens, aparecermos em todos os bailes e desfiles com os nossos pêlos do peito cheios de brilhantes, os nossos grandes bigodes, pêlos nas pernas e nos sovacos, dando largas à nossa vontade de por apenas três dias conseguirmos ser “coelhinhas”, “enfermeiras” ou “marafonas”.

Deixem-nos por um dia desfilar, verdadeiramente, como palhaços. Não é isso que somos o ano inteiro? Palhaços que nos deixamos “ingenuamente” manipular por estes gajos que nos governam e que nos tratam como “bobos da corte”?

Pexitos e pexitas saiam para a rua! Gritem, dancem, riam. Divirtam-se uns com os outros.

Deixem-nos esquecer.

Os outros, os que não são “ingénuos”, nem “bobos da corte”, nem “palhaços”, fiquem com a vossa elitezinha, na vossa ágora e, à falta de melhor que vos ocupe a mente, digam mal de nós, de todos nós. Afinal como alguém disse “mentes grandes discutem ideias, mentes medianas discutem eventos, mentes pequenas discutem pessoas…”

Encham jornais e blogues com aquilo que de pior conseguirem falar de nós – pessoas. E se não souberem nada incrível, inventem. Afinal não é isso que caracteriza o burgo? Fala-se de tudo e de todos e quando não se sabe, inventa-se.

Ou então, façam como os cobardes que, para não serem vistos e verem tudo e todos, cobrem-se dos pés à cabeça, calçam luvas e usam mascarilhas e, são sempre mudos! Não vá alguém conhecer a voz…

Ou então, façam como os sábios iluminados, que com os seus ares superiores dizem não gostar do carnaval e preferem aproveitar a ponte do fim-de-semana para apanhar sol… em Ovar ou Loulé…

Depois ainda temos os outros, mais aficionados ao “verdadeiro carnaval”. Gostam de um desfile a sério, com a bela mulata nua a sambar sambódromo abaixo. “É isso aí, levanta o pé do chão! É isso qui meu povo gosta, né?” Alguns até pagam para poder desfilar ao lado da mulata…

Depois, a “nata da nata”, mais erudita, prefere um carnaval de luxo, sem batucada, num cenário edílico, com frio, com chuva, perto de são marcos…

Carnaval em Portugal? Carnaval em Sesimbra? Nem pensar. Quem é que se terá lembrado disto?

Carnaval, carnaval, a ser, é na Madeira. Aí sim. Em tempo de recessão, nada melhor do que foliar num paraíso fiscal…

Pexitos e pexitas divirtam-se! Mandem tudo para trás das costas. Soltem-se. Afinal é Carnaval e ninguém leva a mal.

Lembrem-se que “vozes de burros não chegam ao céu”.

Sejam felizes!
Bom Carnaval!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

6 tipos


Parece que terminaram, para já, as grandes obras de conservação e recuperação do chamado centro histórico do burgo. Para além de outros pontos comuns, constata-se que todos os projectos contemplaram a plantação de mais árvores em todos os espaços públicos.

Mas o curioso foi ver, num largo onde não houve obra, o desaparecimento de uma árvore centenária. Será que ninguém reparou que a grande palmeira do largo da marinha, entalada entre o “rodízio” e o “filipe”, desapareceu? A verdade é que esta palmeira provocaria algum incómodo na arrumação das esplanadas, pelo que o melhor terá sido abatê-la… sem dar nas vistas… porque o importante é o espaço público, as esplanadas e a qualidade do serviço ao cliente…

As esplanadas…

A tesoura de atarracar considera importante relembrar a todos que, uma esplanada, é um espaço ao ar livre – tipo um terraço – onde se dispõem mesas e cadeiras para tomar uma bebida ou uma refeição. Podem ainda ter zonas de ensombramento, produzido pelas copas das árvores ou por chapéus-de-sol. Às vezes, por serem pequenas, as esplanadas podem ainda dispor de um pequeno toldo de ensombramento, acoplado ao edifício, que é desenrolado ou enrolado conforme a necessidade de sombra. Por norma, as zonas de esplanada, em dias chuvosos e de vento, não existem. São sempre estruturas amovíveis ou seja, são transitórias, podem ser removidas a qualquer momento, não vá vir uma trovoada repentina.

Claro que este conceito de esplanada é para alguns sítios de Portugal e do mundo, e não se aplica a zonas como Sesimbra. Aliás, Sesimbra enriqueceu o dicionário da língua portuguesa com um novo conjunto de conceitos de esplanada:

Existem pelo menos, seis tipos de esplanada:

A tenda – tipo de esplanada utilizada em casamentos (e que a edilidade já adoptou para a organização de eventos tipo “feira do livro”), composta por uma estrutura em aço (que dizem ser amovível) e telas transparentes, com janelas ou janelinhas e uma ou várias portas de entrada/saída. É a esplanada ideal para o restaurante que quer uma segunda sala de refeições. Se o calor apertar, é possível enrolar as laterais, para correr uma aragem (como fazem os campistas nos seus avançados de roullotes).

O aquário – tipo de esplanada que começa a ganhar adeptos, pela qualidade de materiais e redução dos custos de manutenção. É composta por estrutura em ferro e vidro, e é a ideal para o chamado “restaurante de qualidade”, onde os clientes são tratados como verdadeiros lords, já que a estrutura permite a existência de ar condicionado, tv, música ambiente,… como tem ar condicionado, o problema do calor não se põe… mas para os clientes mais exigentes que gostam de apanhar uma aragenzita nas noites quentes de Agosto, há janelas que se podem abrir, ao gosto do freguês.

A casa – tipo de esplanada construído sobre uma placa de betão, composto por uma estrutura de madeira (para dar um ar rústico amovível) e painéis em vidro. Lá dentro e por ser uma casa (em espaço público), as condições são excepcionais: o chão é em madeira, as paredes têm fotografias, tem tv, ar condicionado, zona de balcão, arcas frigoríficas, zona de preparação de alimentos, louceiro e claro, mesas e cadeiras para o cliente se sentar. É o tipo de esplanada para o comerciante que quer meter o rossio na rua de betesga, isto é, como o espaço comercial que adquiriu é diminuto, há que ocupar, mesmo nas nossas barbas, o espaço que é de todos com uma “estrutura amovível” de classe.

O toldolaterais – tipo de esplanada que permite o encerramento temporário do espaço público, em dias de chuva e vento. É o tipo de esplanada preferido pelos comerciantes que já não estão para se chatear muito. Têm uma boa sala de refeições e o cliente que quer ficar na esplanada em dias de chuva, até acha graça aos pingos que vão caindo e ao barulho do vento nas laterais.

A caixa – tipo de esplanada composta por chapas de aço e estores metálicos com cadeado, geralmente pintada de branco. Aqui não há ar que entre. O cliente sente-se enclausurado, asfixiado mas, não sente ventos nem chuvas. É o tipo de esplanadas utilizados pelos comerciantes que apostam na segurança dos clientes.

Depois, há os palermas dos restantes comerciantes que continuam a montar e desmontar as suas esplanadas diariamente: põem as mesas, as cadeiras e os chapéus-de-sol. Se vier vento, arrumam tudo. Se chover, arrumam tudo. Se o dia estiver bom, quando fecham, empilham tudo dentro da sala do restaurante ou então, empilham tudo num cantinho com uma corrente e cadeados.

Será que ninguém ainda viu o arraial da praça da califórnia? Será que ninguém viu ainda a rebaldaria do largo da marinha?

A tesoura de atarracar atreve-se a lançar um desafio: já que os eleitos pelo povo e os funcionários da autarquia não conseguem ordenar este desordenamento, não haverá nenhum assessor ou assessores, ou tacho ou tachinhos, que ponha ou ponham, cobro nisto?

A tesoura de atarracar, sugere à edilidade que disponibilize o autocarro para que os seus assessores, tachos, tachinhos e afins, façam uma visita de estudo a algo verdadeiramente inovador e de qualidade duvidosa, de um extremo mau gosto e que ainda não chegou às esplanadas pexitas mas que já existe nalguns dos concelhos limítrofes: “coberturas telescópicas”. São aquelas estruturas que servem para cobrir as piscinas e que transformam o espaço público num amontoado de alumínio termolacado, com módulos transparentes, que vão ficando embaciados com o calor dos corpos e com os bafos da respiração dos clientes, que transformam o almoço numa experiência nova inesquecível, onde se perde a noção do tempo real. Ninguém sabe se chove ou se está sol. Quando se tenta ver a rua, é um nevoeiro cerrado com pequenas gotículas que escorrem pela estrutura, directamente sobre as nossas cabeças e pratos…

Aqui está uma ideia digna de um qualquer tacho ou tachinho e que impulsionaria Sesimbra para um novo conceito de apropriação do espaço público, que fomentaria sem qualquer dúvida o tal “turismo de qualidade”...

Já imaginaram o que seria a zona ribeirinha da expo, se de inverno, os restaurantes montassem tendas nas suas esplanadas?

Mas será que ninguém tem coragem de fazer frente aos comerciantes? Mas são eles que mandam no espaço público? Ou a edilidade está tão desesperada por receber dinheiro que, uma tendazinha aqui ou um aquáriozinho ali, significa mais receita?

Não seria mais fácil elaborar uma solução conjunta, com o mesmo tipo de materiais, para esplanadas em espaços ao ar livre, onde existiriam mesas e cadeiras para tomar uma bebida ou uma refeição, com zonas de ensombramento dignas e apelativas? Haverá apenas que fazer regras para uma ocupação de espaço público que hoje, não tem regras. Aos comerciantes, para quem está sempre “mau”, cabe-lhes apostar numa solução de qualidade que dignifique em primeiro lugar, o restaurante, o espaço público, a envolvente urbana, a rua e Sesimbra.

Qual será a posição dos ilustres politico-candidatos para resolver esta anarquia? Lá vamos nós ouvir ou ler, mais uma frase feita ou conversa de algibeira, do género:
“Sesimbra tem que pensar num turismo aliado às suas tradições, onde o comércio local, nomeadamente os restaurantes, desempenhem um papel preponderante como animador e potenciador do espaço público. As esplanadas localizadas no centro da vila merecem uma maior atenção que satisfaça o interesse de todas as partes”.

E para terminar: será algum anónimo capaz de classificar a esplanada do sr. do restaurante que ganha dinheiro para ler blogs?



terça-feira, 6 de janeiro de 2009

NON, OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR


A tesoura de atarracar anseia pela abertura oficial da época dedicada às campanhas eleitorais e a clarificação de algumas questões que suscitam dúvidas a todos. Por exemplo:


De que lado irão estar os assessores socialistas que mantiveram os tachos com os comunistas?


Será que sairão em campanha, orgulhosos na sua bandeira socialista, chamando a si os eventuais louros de um hipotético trabalho que terão produzido, esquecendo os comunistas que lhes asseguraram durante 4 anos os tachos bem pagos e com regalias como mais ninguém?


Será que sairão em campanha, apoiando os comunistas pois, como diz o velho ditado “não se cospe no prato onde se come”, esquecendo os socialistas e renegando as suas ideologias partidárias?


Ou será que vão ficar quietos e calados porque o importante é tentar manter os tachos por mais 4 anos, independentemente de qual o partido que irá vencer o acto eleitoral?


Ou será ainda que conseguirão apoiar os dois lados, num chamado “jogo duplo”, de forma “clara”, “equilibrada” e “justa”, porque se ganharem os socialistas ou os comunistas, vendem a ideia de que são peças “fiéis”, “confiáveis” e “imprescindíveis”?


Mas depois, ainda há os outros, que não têm um tacho mas gostavam de ter. Gostavam até de ser assessores ou vereadores ou até, quiçá, presidente.


Para esses, é mais complicado. Especialmente se apostarem no cavalo errado.


Mas o que mais espanta a tesoura de atarracar, são as teorias de algibeira (que valem pelo esforço dispendido na pesquisa cibernauta) que nos dizem frases feitas, apoiadas numa hipotética experiência que ninguém conhece e que, são debitadas como verdades e alternativas à actual e às anteriores gestões autárquicas.


Estando o ano de 2009 sob a influência de Plutão e sabendo-se que este planeta (que já não o é) provoca alterações e desequilíbrios nas pessoas, nas comunidades, nas sociedades e no mundo, será que é desta que o líder do bloco de esquerda é eleito presidente da autarquia?


Seria engraçado de ver como se passam de teorias (que enchem páginas e provocam espanto nos menos elucidados), a consequências práticas que invertessem o que (para o bloco de esquerda) parece estar completamente errado e adulterado.


Aguardemos. Pode ser que os astros nos ajudem. Ou não.


É verdade...
e no meio disto tudo, qual será o papel dos sociais-democratas? Talvez Diana ou Ártemis lhes consigam caçar um lugar ao sol…