quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Na idade dos porquês...

A tesoura de atarracar decide lançar o desafio, a quem souber…


- Porque é que não existem passeios ao longo das estradas do concelho?

- Porque é que os loteamentos da Estrada da Assenta, em direcção à GNR, não ofereceram um espaço verde com um equipamento desportivo ou infantil, para utilização pública?

- Porque é que as pessoas roubam os saquinhos de plástico que servem para apanhar os dejectos dos cães?

- Porque é que a grande maioria das pessoas que passeia cães, não apanham os cagalhões?

- Porque é que os/as empregados/as das lojas se dirigem a nós, como se tivéssemos andado na escola com eles, com frases do tipo “o que é que queres”?

- Porque é que os pexitos tratam toda a gente por tu?

- Porque é que as pessoas do burgo, andam no meio da estrada?

- Porque é que os carros param no meio da estrada para falar a quem passa, perguntar pelo tempo, pela família, … e nenhum dos carros que fica atrás, à espera, buzina?

- Porque é que há cargas e descargas a toda a hora e em todo o lado?

- Porque é que as esplanadas ocupam sempre mais espaço do que deviam?

- Porque é que nos vendem carapaus mouros misturados com os nossos?

- Porque é que vendem selongos como se fossem imperadores?

- Porque é que na praça, não se compra peixe de jeito?

- Porque é que só existe uma peixaria no burgo, onde o peixe é fresco e bom?

- Porque é que vendem camarão tigre e dizem que são carabineiros?

- Porque é que não se consegue beber uma imperial com tremoços?

- Porque é que à excepção do Bar do Peixe, os apoios de praia são barracas?

- Porque é que a praia do moinho de baixo tem um acesso quinto-mundista com estacionamentos em terrenos agrícolas?

- Porque é que não são demolidas aquelas construções na serra, depois dos Casais da Azóia, a caminho do Cabo?

- Porque é que nos tratam como turistas analfabetos que não sabem a diferença entre um carapau e uma sardinha?

- Porque é que “os da terra” não estacionam no parque de estacionamento do Mar da Califórnia?

- Porque é que “os da terra” estacionam nos parquímetros mas não pagam?

- Porque é que a policia não multa?

- Porque é que não existem bloqueadores?

- Porque é que não há transportes públicos com mais frequência na época de verão, para as praias do Meco e da Lagoa?

- Porque é que toda a gente reclama e diz mal de tudo?

- Porque é que as lojas do Mar da Califórnia continuam fechadas?

- Porque é que não se conseguem comprar cd’s e dvd’s em Sesimbra?

- Porque é que não existem restaurantes onde a especialidade seja carnes grelhadas?

- Porque é que não existem petiscos tipo “pica-pau”, “pezinhos de coentrada”, “pipis”, “moelas” ou “pataniscas”?

- Porque é que nunca há um táxi na praça de táxis e, quando precisamos de um, temos que ligar para o número pessoal e privado do taxista?

- Porque é que não lavam as ruas de agulheta, com água e desinfectante?

- Porque é que não trocam as pedras de calçada polidas e gastas?

- Porque é que não existe um polidesportivo público, onde não seja preciso pagar e/ou reservar?

- Porque é que os balizadores são todos tão diferentes uns dos outros?

- Porque é que não existe iluminação pública no troço de estrada entre a curva da barquinha e as primeiras casas, à esquerda de quem desce, na EM 572?

- Porque é que os autocarros não têm paragens fora da faixa de rodagem?

- Porque é que nas obras do Cabo, não ordenaram o estacionamento e as roulottes de bifanas?

- Porque é que os grandes mecenas deste concelho, não contribuem para o melhoramento do espaço púbico?

- Porque é que a Câmara cobra, aos velhotes que vivem sozinhos nas suas casinhas do burgo, por exemplo, 1€ de água e 6€ de tarifa de drenagem, recolha de resíduos sólidos e quota de serviço?

- Porque é que as obras de saneamento da freguesia do Castelo não incluíram o esgoto pluvial?

- Porque é que as comissões de festas do resto do concelho, não fazem peditórios no burgo?

- Porque é que os assadores do burgo lavam o peixe e deitam as escamas e as tripas para dentro dos sumidouros do esgoto pluvial?

- Porque é que as caravanas dos partidos políticos nunca passam no Parral?

- Porque é que os cartazes das campanhas eleitorais, perduram muito para lá do acto eleitoral?

- Porque é que o porto de abrigo pertence à freguesia do Castelo?

- Porque é que a Praia do Ribeiro de Cavalo não tem um acesso digno, por terra?

- Porque é que na praia da Califórnia, quando a maré enche, as duas primeiras filas de toldos vermelhos ficam dentro de água?

- Porque é que se temos uma “feira do livro” não temos uma livraria?

- Porque é que a escola C+S de Santana é na Maçã?

- Porque é que as obras na Mata de Sesimbra ainda não começaram?

- Porque é que ainda não conhecemos os planos de Santana e do Meco?

- Porque é que as antenas de telemóveis do “campo”, não estão disfarçadas de árvore?

- Porque é que no burgo, não deixam que as casa sejam pintadas de outra cor, que não branco?

- Porque é que nas obras da marginal e do Largo Bombaldes, não foi previsto um espaço para a realização de espectáculos que acabasse com aquelas estruturas de ferro e tapumes de obra, que a Câmara monta nos locais mais inesperados?

- Porque é que a rotunda de Alfarim não tem uma escultura?

- Porque é que a praia da foz não tem um apoio de praia?

- Porque é que no Meco, durante a semana, os estabelecimentos comerciais estão fechados?

- Porque é que 90% das estradas do Concelho, têm buracos?

- Porque é que só foi alcatroado o troço de via entre o fim das Caixas e o inicio de Alfarim?

- Porque é que não fizeram os passeios?

- Porque é que no Meco, os muitos condomínios e loteamentos, não ofereceram nada ao espaço público, onde a população pudesse passear com os filhos e utilizar um equipamento infantil ou desportivo?

- Porque é que as novas instalações da GNR foram erigidas numa ribeira?

- Porque é que aquele grande loteamento do Pé da Serra não construiu nenhum espaço verde público?

- Porque é que quase não existem ecopontos e os que existem, são mal cheirosos?

- Porque é que não há um horário para cargas e descargas?

- Porque é que os funcionários dos bancos se vestem de “betinhos”, (e ficam com aqueles ares desconfortáveis), quando são “surfistas”?

- Porque é que nas lojas do chinês há sempre alguém que liberta flatos?

- Porque é que nos chamados loteamentos/edifícios “de qualidade” do burgo, não foram previstos espaços de lazer/estar para a população mais idosa, que assim ficam confinados aos bancos do jardim e do Largo da Marinha?

- Porque é que os flutuantes quando compram terrenos no campo, dizem maravilhas e sentem-se maravilhados e, quando constroem as casas, sentem-se incomodados pelos hábitos rurais dos vizinhos?

- Porque é que não alcatroaram o pequeno troço de ligação entre o Pinhal do Cabedal e a Carrasqueira, e que serve de “alternativa para a Ponte 25 de Abril”?

- Porque é que nos muitos loteamentos que foram e/ou estão a ser construídos na Charneca da Cotovia, em direcção ao Valbom, não existem espaços verdes públicos?

- Porque é que tirando a praia, a marginal e a Quinta do Conde, a população do Concelho não tem espaços públicos onde possa andar, correr, passear os filhos, brincar, estar, …?

- Porque é que por outro lado, no Jardim de Santana, nunca está ninguém?

- Porque é que?


segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Vírus


Durante os últimos 30 anos, Sesimbra tem conseguido resistir às pragas que existem nos concelhos limítrofes. A tesoura de atarracar refere-se concretamente aos “vírus” que tornam a estrada de Fernão Ferro única no distrito.

Talvez pela proximidade, apenas a zona clandestina do Casal do Sapo e pontualmente, na área da Quinta do Conde, uma destas pragas conseguiu instalar-se com algum sucesso.

Se até agora, Sesimbra resistia, como se na rotunda do Marco do Grilo existisse uma barreira invisível de antídoto para estas pragas, é em pleno século XXI, que um dos “vírus” (a que a tesoura de atarracar chamou Vírus I) começa a tentar instalar-se pela freguesia do Castelo…

A tesoura de atarracar alerta a quem de direito, que trave o Vírus I, não deixando que as nossas aldeias e núcleos urbanos sejam transformados em pseudo-stands de venda de automóveis usados.

É que esta imagem terceiro-mundista, de terrenos à beira das estradas, onde são depositados carros para todos os gostos, feitios e carteiras, cobertos por estruturas em ferro e lonas, para “proteger” os carros de eventuais constipações, em nada dignifica Sesimbra nem o tal “turismo de qualidade”.

Para já não falar do perigo que constituem estas intersecções às estradas com grande tráfego automóvel, provocando situações com elevados riscos de acidentes.

São pelo menos seis, as estruturas já montadas e em funcionamento:
- O pseudo-stand em frente às bombas de gasolina de Alfarim, na estrada a caminho da Lagoa de Albufeira.
- O pseudo-stand em Santana, antes da igreja da Corredoura.
- O pseudo-stand das bombas de gasolina da Venda Nova.
- O pseudo-stand no gaveto em frente à escola de Alfarim.
- O pseudo-stand na estrada do Zambujal.
- O pseudo-stand na estrada das Caixas.

Para quando a existência de um parque industrial que possibilite a implantação deste tipo de comércio?

Ou porque é que estes vendedores de carros, à semelhança de outros comerciantes, não adquirirem uma das muitas lojas, dos muitos edifícios que foram construídos na última década (e que continuam em venda), e implementam um stand automóvel em condições, digno do século XXI?

Não tem este tipo de actividade, uma autorização ou um licenciamento de alguém?

Querem trazer Fernão Ferro para Sesimbra?

Então esperemos pelo Vírus II.

Não faltará muito para que Sesimbra tenha lotes com piscinas de fibra, na vertical, iluminadas por projectores, penduradas sobre as estradas e sobre os lotes vizinhos, à espera duma rabanada de vento que as coloquem na posição certa…

Aguardemos…


terça-feira, 19 de agosto de 2008

Pessoal do meu bairro... venham cá abaixo...

Quem anda pela blogosfera pexita e não conhece Sesimbra, pensa: “Aquilo deve ser o faroeste… é só pancadaria, facadas, tiros, droga…”.

Apesar da má imagem que muitos pexitos tentam passar da sua terra, (e que só lhes fica mal), a tesoura de atarracar, porque não pertence ao mundo “underground” que pelos vistos existe no burgo, decide iniciar um conjunto de "post's" sobre aquilo que Sesimbra tem de bom e que se recomenda a todos os cidadãos normais (flutuantes e/ou habitantes) que só querem ter umas férias descansadas com a família e desfrutar das coisas boas da vida.

A tesoura de atarracar começa por dizer em primeiro lugar que, Sesimbra é igual a qualquer outro núcleo urbano. Há gente de bem e gente menos bem.

Tem uma grande vantagem em relação a muitos outros destinos de férias: é seguro. As crianças podem andar à vontade, o mar não é perigoso, as pessoas são prestáveis, a comida é boa, os restaurantes são bons, a vista é bonita, tem praia, tem campo, tem serra, tem actividades culturais, … e se pernoitar no burgo, durante os dias que cá estiver, pode divertir-se sem ter que pegar no carro e ir, por exemplo, comprar pão ou, beber um café ou, ir para a praia (como acontece em muitos dos destinos turísticos deste país e, em muitos destinos paradisíacos do mundo).

Apesar do que se escreve, Sesimbra não tem terroristas nem extremistas nem grupos organizados de malfeitores.

Sesimbra tem, como qualquer outra vila ou cidade, alguns bares abertos até mais tarde, onde muita gente bebe e muito… depois há os que têm bons vinhos e os que têm maus vinhos… há os “da terra” e os “de fora”… há as discussões, os empurrões, a pancadaria, … and so on, and so on, and so on… E sim, como qualquer outro núcleo urbano, também temos alguns drogados e alguns que a vendem…

Para nós, cidadãos normais, que trabalhamos durante o ano inteiro, o que é importante é o ambiente urbano do sítio. E porque somos normais, acordamos cedo, vamos para a praia, curtimos o sol, almoçamos, jantamos e também bebemos uns copitos. Mas porque o que queremos é estar sossegados, às 4 da manhã já estamos na cama e, perdemos a pancadaria…

Deixamos essa parte da animação para aqueles que acordam às 2 da tarde, vestem o calção, dão um mergulho, discutem com as mães ou com as mulheres, mandam piropos às miúdas com idades entre os 10 e os 15 anos, bebem umas imperiais durante toda a tarde, vão a casa tomar um banhinho e vestirem uma roupinha perfumada, dizem às mulheres ou às mães que não jantam, e depois, armados em “pessoal da terra”, vão ver como é que “param as modas” e se estão cá “os de fora”.

No dia seguinte, o nosso programa repete-se. Não se ouve nada nas ruas sobre o que terá acontecido na noite anterior… Continuamos de férias, num sítio incrível, a 40 minutos da capital.

Para o “pessoal da terra”, o tempo é de ligar o computador e lançar apelos para que se corra com “os de fora”. E claro, atribuir responsabilidades à edilidade e às forças de segurança.

Já agora, e aproveitando o mote, a tesoura de atarracar pergunta:
- Quando é que a Câmara e a Junta de Freguesia disponibilizam por todo o “pessoal da terra” e pelos “de fora”, algálias de borla e sacos herméticos?
- Quando é que estes nossos políticos acabam com este flagelo social de falta de civismo e respeito pelos outros?

É que promover um “turismo de qualidade” numa praia onde o sexo feminino se esquece dos pensos higiénicos e tampões usados, onde os casais se esquecem das fraldas cheias da matéria prima libertada pelos seus rebentos, e onde qualquer exemplar do sexo masculino encontra os sítios mais improváveis para abrir a braguilha e despejar a bexiga, não lembra a ninguém!

domingo, 17 de agosto de 2008

O resultado


Foi publicado no dia 31 de Julho de 2008 em Diário da República, 2ª. Série - Nº. 17 - Parte H - Autarquias Locais, o "Regulamento de Taxas e Cedências Relativas à Administração Urbanística" e está em vigor desde 15 de Agosto de 2008.


Ao que a tesoura de atarracar apurou, não se verificaram grandes alterações, depois do período de discussão pública sobre o então “projecto”.


Apenas se verificam alterações no “factor multiplicativo” da Zona 3, sobre as áreas não cedidas, que passa de 1,1 para 1,3. Verifica-se também o desdobramento do artigo relativo aos Destaques, em 3 pontos, que estabelecem diferentes valores para diferentes situações.


As grandes alterações e reduções face ao então “projecto” em discussão são no artigo relativo às tais áreas urbanas de génese ilegal...


Não podemos esquecer que os clandestinos de hoje serão os pioneiros de amanhã.



domingo, 3 de agosto de 2008

A Feira


Pelo quinto ano consecutivo, a tesoura de atarracar visitou a feira do livro de Sesimbra. Iniciativas destas são sempre de louvar.


É bom ver muita gente da terra, de todas as faixas etárias, sociais, culturais e outras coisas tais, a deambular por entre livros, a ler, e até, a comprar.


No entanto, a tesoura de atarracar sugere aos organizadores algumas medidas que considera importantes:


Não misturem autores portugueses com autores estrangeiros.


Não misturem romances de cordel com grandes clássicos da literatura mundial.


Não coloquem na mesma correnteza, livros para crianças da pré-primária e ao lado, livros com novas posições do kamasutra e livros sobre o que é que os homens e as mulheres gostam nas suas vidas privadas e mais íntimas. Não é que as criancinhas não saibam ou não venham a saber o que é o maior prazer do universo mas, convenhamos que não é apropriado.


Criem uma secção só para as crianças, onde o barulho dos livros com sons de gatos e cães, não destabilize os utentes do resto do espaço.


Depois, a falta de luz e de ar puro torna o espaço claustrofóbico, especialmente porque, e ainda bem, enche.


Porque enche, deviam colocar mais uma caixa para pagamento. É que as filas (ou bichas, como queiram) tornam-se gigantescas e a confusão é tal que não se percebe quem está para pagar e quem está a tentar ver os livros expostos.


Por fim, é pena que a Câmara ainda não tenha pensado em conceber “quiosques efémeros”, que albergassem estas iniciativas pontuais e temporais.


Esta Feira do Livro, dentro de um monumento que marca a vila, precisar de uma tenda tipo “casamento”, com janelinhas envidraçadas e tudo, presa, por causa dos ventos, com uns monos de betão disfarçados com uns vasos de arbustos, convenhamos que em nada dignifica Sesimbra e o tal “turismo de qualidade”.