quinta-feira, 27 de março de 2008

"A árvore que nunca morre"

Aproveitando o apelo lançado pelo blog "Sesimbra", a tesoura de atarracar decidiu efectuar algumas pesquisas. A saber:

Desconhece-se o tempo de vida útil de uma Alfarrobeira. Há quem refira que o estado adulto seja atingido por volta dos 70 anos, sendo que a produção se mantém para além dos 150 anos. Por isso, a Alfarrobeira é considerada como "a árvore que nunca morre".

Em latim, Alfarrobeira é "ceratonia siliqua l". Em português, a palavra "ceratôs", que originou a palavra "ceratonia", significa "Corno".

Inocentemente a Alfarrobeira levanta uma questão que poderá justificar os comentários (contidos) àquele post... Mas continuando com a pesquisa:

Desde 1998, com a publicação do Plano Director municipal de Sesimbra, a famosa Alfarrobeira que todos conhecem está condenada. No seu lugar, está prevista a abertura de uma nova estrada que liga Valparaiso à Estrada Nacional em linha recta, anulando o actual entroncamento da "curva da alfarrobeira". Para norte dessa nova estrada, não se pode construir. Para sul, pode-se construir.

Quando se levanta uma questão como esta, louvável por todos, poêm-se em causa documentos públicos em vigor que foram discutidos e aprovados por todos.

Mas, e uma vez que a realidade da construção já executada naquele sitio, vai contra, aparentemente, ao definido desde 1998, a tesoura de atarracar questiona:




Será que este, vai ser mais um dormitório flutuante, como tantos outros espalhados pelo Concelho?

Como irão ser os acessos a este empreendimento, numa estrada que já é perigosa e já está carregada de intersecções sinuosas?

Será que este, é mais uma especulação imobiliária de um qualquer proprietário que tem um pedaço de terra onde quer meter "o rossio na rua da betesga"?





Já agora, que tipo de família comprará o apartamento entalado no grande muro de suporte, sobre a estrada nacional?



Não existirá um regulamento que proíba a construção em cima das estradas nacionais? As chamadas zonas "non aedificanti"?




A tesoura de atarracar vem também apelar a que se salve a Alfarrobeira, alertando que muitas vezes é a própria movimentação de obra que abate muitas árvores. Como foi o caso de uma grande haste da Alfarrobeira.









Depois da tesoura de atarracar ter efectuado estas fotografias, verificou que dificilmente a estrada prevista no PDM será aberta, uma vez que a construção já executada não o permitirá...

Não deixem acontecer à nossa Alfarrobeira o mesmo que aconteceu com o Cedro centenário da Cotovia, ou com os gigantescos Cactos que marcavam o Largo da Guarda, ou com o Pinheiro Manso que deu nome ao edifício de Alfarim, ou...


1 comentário:

Joao Augusto Aldeia disse...

É uma boa iniciativa.
Eu creio que existe um estudo viário para aquele cruzamento, que desloca a estrada para junto dos apartamentos agora em construção, e coloca a Alfarrobeira no meio de duas vias.