segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Vírus


Durante os últimos 30 anos, Sesimbra tem conseguido resistir às pragas que existem nos concelhos limítrofes. A tesoura de atarracar refere-se concretamente aos “vírus” que tornam a estrada de Fernão Ferro única no distrito.

Talvez pela proximidade, apenas a zona clandestina do Casal do Sapo e pontualmente, na área da Quinta do Conde, uma destas pragas conseguiu instalar-se com algum sucesso.

Se até agora, Sesimbra resistia, como se na rotunda do Marco do Grilo existisse uma barreira invisível de antídoto para estas pragas, é em pleno século XXI, que um dos “vírus” (a que a tesoura de atarracar chamou Vírus I) começa a tentar instalar-se pela freguesia do Castelo…

A tesoura de atarracar alerta a quem de direito, que trave o Vírus I, não deixando que as nossas aldeias e núcleos urbanos sejam transformados em pseudo-stands de venda de automóveis usados.

É que esta imagem terceiro-mundista, de terrenos à beira das estradas, onde são depositados carros para todos os gostos, feitios e carteiras, cobertos por estruturas em ferro e lonas, para “proteger” os carros de eventuais constipações, em nada dignifica Sesimbra nem o tal “turismo de qualidade”.

Para já não falar do perigo que constituem estas intersecções às estradas com grande tráfego automóvel, provocando situações com elevados riscos de acidentes.

São pelo menos seis, as estruturas já montadas e em funcionamento:
- O pseudo-stand em frente às bombas de gasolina de Alfarim, na estrada a caminho da Lagoa de Albufeira.
- O pseudo-stand em Santana, antes da igreja da Corredoura.
- O pseudo-stand das bombas de gasolina da Venda Nova.
- O pseudo-stand no gaveto em frente à escola de Alfarim.
- O pseudo-stand na estrada do Zambujal.
- O pseudo-stand na estrada das Caixas.

Para quando a existência de um parque industrial que possibilite a implantação deste tipo de comércio?

Ou porque é que estes vendedores de carros, à semelhança de outros comerciantes, não adquirirem uma das muitas lojas, dos muitos edifícios que foram construídos na última década (e que continuam em venda), e implementam um stand automóvel em condições, digno do século XXI?

Não tem este tipo de actividade, uma autorização ou um licenciamento de alguém?

Querem trazer Fernão Ferro para Sesimbra?

Então esperemos pelo Vírus II.

Não faltará muito para que Sesimbra tenha lotes com piscinas de fibra, na vertical, iluminadas por projectores, penduradas sobre as estradas e sobre os lotes vizinhos, à espera duma rabanada de vento que as coloquem na posição certa…

Aguardemos…


2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem observado.
No entanto acho que estes factos deveriam também ser enviados no mínimo para a C.M.Sesimbra (mail).

Não que ache que altere a situação, à imagem de outro tipo de situações, em que as entidades fiscalizadoras valem zero. No entanto ficaria o executivo com a noção que existem munícipes atentos e outros defraudados, pois fazem das tripas coração para ter os seus impostos/taxas em dia. Outros como é o caso, devem de ser primos, compadres, etc... em que têm carta branca para funcionarem com a sua actividade comercial sem prestar contas a ninguém.

Relatam-se factos em que a ASAE fiscaliza estabelecimentos devidamente legalizados/licenciados e implicam com promenores ridiculos, e este tipo de situações que está à vista de toda a gente, não se faz nada.

Em determinados sitios até dá ideia que os terrenos foram preparados exactamente para serem colocados os carros de propósito, como é o caso da estrada para a corredoura onde irá passar o percurso pedonal.

Há coisas fantásticas, não há!?

Obrigado.

Anónimo disse...

A prática é proibida! É ver o código da estrada. As autoridades têm obrigação de multar mas pelos vistos desconhecem a lei.