segunda-feira, 23 de agosto de 2010

CONTRÍBUTOS PRÓ LARGO!

Depois de 10 meses de ausência e depois de muitos e-mails para a caixa de correio, a tesoura de atarracar regressa para um post sobre o tema do momento: O Largo da Câmara.

É com estranheza porém, que neste projecto de reabilitação, a edilidade venha pedir o nosso contributo. Então mas o projecto não está já aprovado no âmbito da UrbCom? E porque é que este, é diferente dos outros? Ou melhor, porque é que não nos pediram contributos para os outros espaços já reabilitados? Serão porventura menos importantes?

Deste projecto que nos aparece em outdoor no Largo e no site da Câmara, surgem umas imagens "do antigamente" e umas imagens "do futuro", com um texto iluminado que nos explica de forma sucinta e clara aquilo que irá acontecer e que devolverá a "identidade e vivência" de outros tempos.

Outros tempos. Então mas o futuro é regressar ao passado? A tesoura de atarracar não percebe o alcance de trazer a fonte do Largo do Calvário para o Largo da Câmara.

Mas que revivalismo é este, disfarçado de intervenção urbana moderna? Que contributos podem os pexitos e pexitas dar sobre esta intervenção?

A tesoura de atarracar lança um desafio: experimentem unir os pontinhos que definem o circuito automóvel do Largo e depois vejam o que sobra para nós, peões.

Já alguém reparou que será um "novo" largo igual ao que temos, com uma fonte? E aqueles que usam o Largo e que se sentam na sombra daquelas "lindissimas" floreiras/bancos? Para onde vão?

E os nossos velhos? Ganham uns lugares de estacionamento e perdem espaço para estarem. Porque num Largo novo, e conforme foi apanágio das outras intervenções, não há lugar para velhos que se sentam todos os dias à mesma hora, no mesmo sitio e que não dignificam concerteza a imagem de progresso e modernidade que Sesimbra tanto ambiciona. Para já não falar do destino turistico de qualidade.

Mas onde é que andam os senhores de renome internacional, os assessores, tachos e tachinhos? Porque é que a edilidade precisa de contributos nossos? O que é que aconteceu à vontade e coragem de fazer?

A tesoura de atarracar volta mais uma vez a explicar: um largo é um sítio público, por excelência, de sociabilidade. É e era, o local onde tudo podia acontecer: a fogueira nos santos populares, os bailes, o espaço de brincadeira das crianças, o espaço de jogo dos velhotes, … Em alguns, podia, pode e poderá, existir comércio.

O conceito de largo público não pode nem deve ser subvertido. As pessoas estão lá, existem e devem continuar a estar. Com dignidade.Não devem as novas soluções de reabilitação, desconhecer as vivências da população.

Querem contributos?
Tirem de uma vez por todas o trânsito do largo. Nada justifica que por ali passem carros. É desnecessário. É claro que os eleitos da edilidade precisam de lugares para estacionar à porta, sem terem que perder tempo em busca de um lugar. A solução, passa por acabar com o pequeno lobbie do leão, que coloca cadeiras de plástico em frente ao restaurante para que os seus clientes tenham lugar à porta. Acabem com isto e coloquem lá o sinal de reservado à CMS. E os eleitos podem andar a pé, 100m.

Acabem com o estacionamento no largo Eusébio Leão. Dignifiquem a fonte que lá existe e que, sem se perceber porquê, nesta proposta de reabilitação, não volta para o Largo da Câmara.

Façam uma ligação entre o Largo de Bombaldes, o Largo da Câmara e o Largo Eusébio Leão. Tornando esta ligação apenas pedonal, com lugares de estadia, onde todos os que já lá passam parte dos seus dias, possam continuar a estar. Promovam animação nos largos. Com música, exposições, feiras. Estendam as esplanadas pela Rua Jorge Nunes e pelo Largo.

Dignifiquem a velhice dos outros que será também um dia, a vossa. Definam espaços de jogo, de conversa, de estar. Tornem estes espaços em lugares de referência. Cheios de gente, de vida, durante 24horas. Como se estivéssemos em qualquer outro largo de uma outra qualquer vila piscatória espalhada pelo mundo.

Chamem os jovens para o largo. Com actividades, com lugares apelativos, onde possam ler, trabalhar ou navegar pelo mundo cibernauta.

Acabem de uma vez por todas com aqueles palancos medonhos que a edilidade monta no 4 de Maio, no 25 de Abril, no 1º. de Janeiro e no dia de Reis e concebam uma estrutura apelativa que ocupe um lugar de destaque e que contemple diversas utilizações.

A fonte? Deixem lá a fonte no Largo do Calvário. Dêm um sentido a este largo, para além do estacionamento. Pensem em ligar o Largo do Eusébio Leão até ao Calvário. Já alguém reparou que temos 4 largos a meia dúzia de metros uns dos outros? Explorem esta riqueza. Não é preciso inventar muito.

Querem gastar dinheiro que não temos, a trazer uma fonte de um largo para o outro, e que por motivos que se desconhecem, não será colocada no sitio original? Será colocada a 1m do edificio classificado como património municipal, criando um corredor apertado, mas fomentando mais uma vez a institualização de "cantinhos de mijo" nas reabilitações do burgo. Querem chamar a isto, "reabilitação"?

Deixem-se de ideias passadas e pensem no futuro. Sem carros. Ecológicas. Saudáveis. Apelativas. Com pessoas. E vão ver o turismo a deambular de largo em largo, deliciado com o burgo, com as suas gentes, com as suas raizes, com as suas tradições.

E não, desta vez a tesoura de atarracar não ensina como é que isto se faz. Para isso temos os renomes internacionais, assessores, tachos e tachinhos que continuam, imprescendíveis, nos seus lugares vitalicios.

Para eles, um grande bem haja!

3 comentários:

El Roxo disse...

Este projecto so nao foi subscrito pelo presidente da camara porque ele nao pode faze-lo. Contudo, nao andou para a frente sem o seu exclusivo aval. Sim, porque quero posso e mando sao as suas maiores virtudes. Os assessores nao votam nesta materia. Alias nao votam em nada, e para isso sao pagos principescamente ao fim do mes. A populaçao nao sabe nem da missa a metade, mas tambem com gente como esta da para tudo e ainda sobra tempo para ir ate ao Leste passear. A maioria do que tem sido feito nesta terra tem sido a custa de particulares, mas tem enchido o olho e as algibeiras a alguns. Espera-se que a agua da fonte sirva para lavar o largo e algumas ruas em redor mas, talvez, va servir para os gipsies lavarem os carros e sei la o que mais. Porque nao resolve o problema do estacionamento, o sr. edil, ja que e um catedratico na materia. So pensa nas taxas e em como saca-las. Contençao, mas para alguns assessores, vereadores da treta e secretarias para o espelho, ha dinheiro as carradas. A Assembleia Municipal, se la houver alguem com tomates, que obrigue a Camara a publicar tudo o que paga por mes a todos os que nao sao do quadro e que publique nos jornais da zona que e para o povao saber com quem lida. SAO CAPAZES DISSO ? Porque nao fecham o transito no casco velho da vila ? Porque nao fazem uns silos em locais adequados e eles existem, com vai-vem a todo o tempo (a gas ?)(incluso no pagamento do estacionamento) ? Porque nao querem fazer nada que provoque ondas e, alem disso, a vila so tem uns miseros votantes. O arranjo do largo (torna-lo mais pedonal e com piscina)deve ser a cereja no topo do bolo para os gipsies: olha, lava-se e nao encolhe. Ou entao vao passar a vender fatos de banho e pendura-los nas janelas da Camara.Parece que o estacionamento do vereador que esta na posse do pintarola por usucapiao, vai passar para o leao e a esplanada do pintarola vai para junto do pelourinho. O isaias ja pediu para lavar o peixe na fonte e a junta de freguesia vai importar alguns asnos para dar ao largo perfil adequado para o verao total.
Espera-se que depois de pintar o largo nao se esqueçam de pintar a fortaleza.
Isto esta como o Algarve: e so para ingles ver (mas estes ja quase la nao param). O futuro esta ai e veremos.

Anónimo disse...

Se não estou em erro, este não está incluído no UrbCom. Veio por arrasto da "intervenção" que será feita na rua da câmara e actual mercado.
Mas como nem todos neste país são fracos de julgamento crítico.. o projecto foi chumbado pelo IPPAR. Motivo.... não dignifica o local!

Unknown disse...

saúda-se o regresso da (afiada) tesoura!