segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A"tirem" a 1ª. pedra

Parece que todos e toda a gente, fala de tudo e de todos e tem sempre opinião sobre o pouco que se vai fazendo no concelho e que influencia a vida de quem nasceu, vive e vai morrer, na terra que ama.

Esses iluminados falam, escrevem, promovem debates mas, nunca apresentam soluções ou alternativas. A alternativa que todos apresentam é que, nas próximas eleições deixemos de votar no partido “A” e, passemos a votar no partido “B”, porque esse sim, é bom e resolve problemas.

Só ficamos sem perceber é que problemas vão resolver e como. Só sabemos que o partido do poder é mau e que, qualquer um dos outros é muito melhor e que, o que vai fazer, resolverá tudo.

A tesoura de atarracar volta mais uma vez a virar as atenções para questões do nosso dia-a-dia, que essas sim são fáceis de resolver. Basta que tenham coragem, que sejam práticos e objectivos.

Para além daquilo que já foi referido em anteriores posts, que raramente mereceram por parte dos comentadores qualquer tipo de observação (ou porque não sabem o que dizer, ou porque não perdem tempo com questões locais e localizadas, ou porque não percebem nada do que é escrito, ou porque as questões abordadas não dão votos, nem protagonismo, nem poder, nem tachos, nem tachinhos, …) a tesoura de atarracar decide abordar novamente um tema que não é político nem politizado mas que, pela imagem degradante que debita, nos devia envergonhar a todos.

Numa terra em que a indústria da pedra tem um papel preponderante, haverá justificação para o aspecto quinto mundista que as empresas desta matéria-prima nos presenteiam ao longo dos caminhos públicos?

E as lojas de materiais de construção? Haverá justificação para que os armazéns de material, ao ar livre, sejam à vista de todos nós, pendurados sobre as estradas do concelho?

Estes industriais que se enchem à grande, muitas vezes praticando os preços que querem, por falta de concorrência directa, não podem despender de alguma parte dos lucros anuais e efectuar melhoramentos nas instalações e respectivo espaço envolvente?

Já sabemos que “isto tá mau”. Que “isto já não é o que era”. Mas, será que as palavras arrumação e limpeza não constam no vocabulário destes industriais?

Numa pequena viagem pelo Zambujal, é só escolher:


A tesoura de atarracar atreve-se a sugerir que alguém de direito imponha regras, nomeadamente, nos portões que se abrem, nas vedações que se fazem e, especialmente, no entulho que é depositado sobre as estradas do concelho.

Se é lixo, deve ir para o lixo. Se não é lixo, deve ser arrumado.

E porque o que queremos ver é a loja, metam os armazéns nas traseiras e dignifiquem a entrada.

Numa terra de pedra, deviam os industriais primar pela qualidade do serviço. Porque afinal, é o cliente que paga.

À semelhança de lojas de materiais de construção e de pedra, noutros sítios deste país, são-nos apresentados vários modelos, em catálogo ou, em muitos casos, “construídos “ e em exposição na loja.

Em Sesimbra não.

Nós, os que não percebemos nada de horta, levamos com um construtor que fala com o homem da pedra, e mostram uns bocados daquilo que acham ser a pedra perfeita. O que está sempre em causa são números, euros. E porque não sabemos da matéria, levamos com o arranjinho de duas pessoas que se cruzam connosco num determinado momento.

Não vimos exemplos. Não percebemos a diferença de um lioz polido, amaciado ou envelhecido.

E, porque é caro, depois de estar feito, se não gostarmos, paciência… É um tiro no escuro que sai caro e por vezes, também sai mal.

Se existe tanta preocupação nos dias de hoje, com a qualidade dos serviços e a respectiva certificação, quando é que estes industriais irão entrar no século XXI?

O cliente não quer ver a desarrumação e a porcaria espalhada por todo o lado. E muito menos os que passam na rua, que não são clientes, mas têm que levar com a lixarada espalhada, por vezes à porta de suas casas.

Já pensaram em criar estacionamentos, ajardinar as zonas de entrada, plantar umas árvores, uns arbustos, construir um muro de jeito, com um portão, … Criar uma acesso vedado para a área de armazém ao ar livre, e localizá-lo numa zona que não se veja da frente de rua…

E as lojas de materiais de construção? Não precisam de expor sobre as estradas, casotas de cimento para cães ou, fossas estanques ou tijolos de betão. Toda a gente sabe que vocês vendem. Podem refundir essas tretas nas traseiras e contribuir para uma imagem urbana digna e limpa.

A nós, resta-nos atirar de vez em quando umas pedradas no charco, na esperança que se oiçam no sítio certo, e que o concelho consiga, aos poucos ganhar uma imagem apelativa e humana.

Deixem lá as obras do burgo. Deixem lá as actividades que deviam ser “patrocinadas” pela biblioteca. Deixem lá os debates sobre “estratégia e turismo”. Deixem lá a canseira da mata.

Mudem de disco. Haverá que pensar em primeiro lugar, na nossa qualidade de vida, na melhoria do espaço público e da imagem urbana do concelho, que é de todos nós.

Depois, depois pensemos nos turistas e no turismo de qualidade. E sem esquecer que estes, não dão votos, nem tachos, nem tachinhos…

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