quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cada macaco no seu galho...


A expressão é velha e sábia. Mas, será que restam dúvidas?


Num conjunto de obras que decorreram e decorrem no espaço público do burgo, a edilidade decide contratar os serviços de arquitectos e engenheiros de “renome internacional”, para apresentarem propostas e claro, pagas (porque ninguém, muito menos Srs. Arquitectos e Srs. Engenheiros, trabalham de borla).


Daquilo que já está feito aos olhos de toda a gente, parece que os arquitectos e engenheiros de “renome internacional” inventaram muito e acertaram pouco…


A tesoura de atarracar ensina:

1º. Um dos factores determinantes para qualquer tipo de intervenção em espaços públicos, é a orientação solar.

2º. As horas de maior exposição solar, ocorrem entre as 12h e as 16h, de verão e de inverno, e consequentemente, são as horas de maior calor.

3º. As árvores, para além de poderem ser utilizadas como elemento meramente ornamental, podem e devem ter outra função, como por exemplo, o ensombramento dos espaços, a marcação de eixos importantes, a marcação de ritmos,…

4º. Os locais escolhidos pelos projectistas para colocação de bancos, devem ter em conta também, a exposição solar e o arranjo paisagístico envolvente.

5º. Para além disso, há que equacionar, se for o caso, as casas existentes e as janelas das mesmas.

6º. E porque o espaço público também é vivido à noite, factor determinante é a escolha do tipo de iluminação pública.


Passemos aos exemplos:

Bancos colocados a nascente, devem, se o objectivo é que as pessoas se sentem neles e descansem, num momento de pausa para “refrescar”, ser acompanhados por uma espécie arbórea, de copa redonda, com um diâmetro mínimo de 5m, localizada a poente. Isto é básico, claro está.

O que temos:

Bancos a nascente, com árvores também a nascente e a sul… Estes bancos nunca vão estar em sombra, no período de maior incidência solar…


Ruas estreitas, ladeadas por comércio e habitação, por si só, já provocam ensombramento no espaço público. A colocação de espécies arbóreas é meramente ornamental e poderá definir eixos ou ritmos. No entanto deverá ser de copa mais alta e pouco larga, que não provoque níveis de ensombramento elevado nas janelas das habitações, que por se localizarem em ruas estreitas, pouco ou nenhum sol recebem diariamente. Isto também é básico, claro está.

O que temos:

Árvores de copa redonda, com diâmetros de 5m, em cima de janelas, anulando a luz solar por completo…


Num espaço aberto, haverá que pensar num tipo de iluminação pública que não crie espaços sombrios. Se existe um percurso, se existem bancos, se existe um largo, a iluminação deve ser franca e atractiva.

O que temos

Meia dúzia de candeeiros que foram utilizados como se de esculturas se tratassem. A tesoura de atarracar percebe a intenção mas, por pouco ou nada iluminarem, o espaço vive da iluminação das montras do comércio e… dos projectores pendurados na fortaleza…


Porque muito já foi dito sobre os arranjos dos espaços, e porque ninguém parece conseguir explicar e/ou perceber a intenção de cada projecto, a tesoura de atarracar desconhecendo a intenção de colocar dois zimbros-gémeos encostados ao lado nascente da fortaleza, atreve-se a sugerir que alguém de bom coração, os regue. Até porque um deles se não secou, está perto disso.


E porque já se fala na intervenção que a fortaleza vai sofrer, esperemos que estes zimbros-gémeos, não tenham os dias contados… é que colocar andaimes por entre zimbros e arranjar aquela parede, não vai ser pêra doce…


Resta apenas dizer que, só em projectos dos tais arquitectos e engenheiros de “renome internacional”, parece que a edilidade terá despendido cerca de 50.000€. Até nem foi caro.


Mas, numa Câmara, (pelo que dizem, sem dinheiro) onde existem umas centenas de arquitectos, paisagistas e engenheiros que pertencem aos quadros, não teria sido mais barato, produzir os mesmos projectos com a “prata da casa”?


Afinal somos nós, contribuintes, que pagamos estas brincadeiras. E se a brincadeira pudesse ficar mais barata, nós agradecíamos…


Claro que isto é pura especulação. Afinal há que pagar serviços a arquitectos e engenheiros de “renome internacional”. Porque esses sim percebem da matéria…


Aguardemos pelas obras no Largo de Alfarim…



7 comentários:

pexito-do-campo disse...

Bom post! mt bem! por acaso n sabia disso. ainda bem k denunciou. sexta devemos ter noticias da falta de respeito de um individuo da CMS um tal vereador LUZIDIO (sinónimo)

Anónimo disse...

Bom tópico.
No burgo, pelos vistos, continuam a seguir a velha máxima:
"O que vem de fora é que é bom!"

Calhandro disse...

Mto bom. Obrigado Tesoura.

Anónimo disse...

Realmente o anónimo das 23:12 tem razão, o que "vem de fora é que é bom". Basta olhar para o Sesimbra Municipio.
Para além do show-of politico, ainda há espaço para elogiar os "de fora".

Então mas não é com "a prata da casa" que os partidos brilham?

Obrigado tesoura por este, e por outros post.

Anónimo disse...

Pexita do campo: então e a ameaça de sexta-feira ao vereador luzidio? Só ameaça?

Anónimo disse...

Mas que raio de tesoura é esta que se arma em catedrático de saberes dando lições a tudo e todos?
Cheira a iluminado que descobriu Sesimbra e alguma mina de oiro.
Ou será o novo cavaleiro de Sesimbra?

tesourinha disse...

"Não me arrependo nem do que eu não fiz
não vou na onda desses imbecis
não tô na boca nem tô no nariz
quem fala muito não sabe o que diz

No meio do caminho pode ter uma pedra
mas nomeio dessa pedra pode ter um caminho
a pedra no caminho pode ser um diamante
pode ser que ela me atrase, pode que eu me adiante
Toda pedra pode ser um diamante
todo dia pode ser um grande dia
toda noite pode ser aquela noite
aquela noite não foi mas também podia
Aprendi na poesia anestesiante
e na porrada sagrada de cada dia
que a gente pode e deve ser confiante
mas não pode dar mole nem quando a gente confia

Esqueceram um zero na minha conta
se der mole, vagabundo monta, o esquema é uma cama de gato
mas não vão me derrubar, não sou eu quem vai pagar o pato
não sou queijo pra engordar o rato
não fico de bobeira cafungando nessa ratoeira
quero ver quem vai dizer quem é ingrato
tô na dividida mas não entro de primeira
levei uma rasteira de quem sempre me tabelou comigo
antes só do que andar com esse tipo de amigo
malandro é malandro, mané é Mané
mas quem faz pose de malandro é porque não é

Cavaleiro Andante! sempre tô de pé
pro que der e vier, vou do jeito que der
Cavaleiro Andante! aprendi bastante
que a cabeça não é só pra segurar o boné
Cavaleiro Andante! sempre tô de pé
pro que der e vier, vou do jeito que der
sei que a pedra no caminho pode ser um diamante
nem sempre o que parece é
sei que a corda arrebenta no lado mais fraco
sei que a vida é uma sinuca mas confio no meu taco
confio no meu taco, se liga, pela – saco
na mesa é na caçapa mas no campo é no buraco
ouvi dizer que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega, mas a regra vai mudar
se eu ficar o bicho some, se eu correr o bicho arrega
se eu quiser pegar o bicho ele se entrega, se eu pedir o bicho dá
se eu quiser que o bicho pegue aí o bicho vai pegar
a cobra vai fumar, o coro vai comer
o coro tá comendo então vai vendo, pode ver
eu já cantei a pedra pra você

Fui Pixote, sei andar na escuridão
enfrentar moinho, derrubar dragão
Cavaleiro Andante, sei andar sozinho
Dom Quixote não tem medo de alucinação
desde o saco do meu pai tô na batalha
não nasci pra ser esparro de canalha!"

Deu pra entendê?